Dilma pedala no dia da votação sobre admissibilidade de seu impedimento (Foto: Eduardo Barreto) |
Buscando
manter a rotina no dia em que a Câmara dos Deputados decide sobre a
admissibilidade do pedido de impeachment, a presidente Dilma Rousseff andou de
bicicleta na manhã de hoje (17/04) nos arredores do Palácio da Alvorada, em Brasília, sua
residência oficial.
O
exercício matinal da presidenta ocorreu de forma diferente da usual. A
presidenta, que costuma andar de bicicleta por volta de 6h, saiu do Alvorada às
7h40 e encurtou o trajeto que geralmente costuma fazer.
Quando
se dirigia a uma das saídas do palácio, acompanhada de seguranças, ela percebeu
a presença dos jornalistas e desviou o caminho que geralmente costuma fazer.
Dessa vez, saiu pela via principal de acesso ao Alvorada e passou em frente ao
Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer, que tem
protagonizado um embate público com ela nos últimos dias.
Abordada
por um jornalista que registrou o evento, a presidenta evitou conversas e
respondeu apenas ao cumprimento de "Bom dia". Ela também procurou não
olhar diretamente para as câmeras.
Dilma
deve passar o domingo no Alvorada, reunida com os ministros mais próximos,
acompanhando a votação dos 513 deputados que vão aprovar ou rejeitar o parecer
favorável ao prosseguimento do impeachment no Congresso.
Até
as 9 horas de hoje (17/04), a agenda presidencial divulgada pela assessoria do
Palácio do Planalto informava que Dilma não tem nenhum compromisso oficial
agendado.
No
entanto, ela deve receber assessores e ministros do seu núcleo duro como Jaques
Wagner, do Gabinete Pessoal da Presidência, Ricardo Berzoini, da Secretaria de
Governo, e José Eduardo Cardozo, Advogado-Geral da União.
Independentemente
do resultado, Dilma ou um integrante do governo vai se manifestar após a
votação, cuja previsão de término é por volta de 21h.
Para
que a Câmara autorize o Senado a julgar as denúncias por crime de
responsabilidade que podem levar ao impeachment da presidenta serão necessários
pelo menos 342 votos favoráveis – dois terços do total de 513 deputados. A
votação está prevista para começar as 14h. Se a Câmara julgar admissível o
processo, a palavra final sobre o futuro político da petista caberá ao Senado.
Nos
últimos dois dias, a agenda da presidenta sofreu mudanças de última hora. Ontem
(16/04), estava prevista a participação de Dilma em um ato promovido por
movimentos populares contrários ao impeachment, no Ginásio Nilson Nelson, em
Brasília (DF). A participação da presidenta, no entanto, foi cancelada.
Na
sexta-feira (15/04), Dilma já tinha cancelado o pronunciamento que faria em cadeia
nacional de rádio e televisão. O Palácio do Planalto preferiu evitar novos
conflitos antes da votação da Câmara. O partido Solidariedade anunciou que, se
preciso, recorreria à Justiça para impedir a transmissão do pronunciamento. A
legenda alegava que a iniciativa configuraria desvio de finalidade no uso da
prerrogativa presidencial de convocar a rede para falar à nação.
O
vice-presidente Michel Temer, que igualmente alterou sua agenda e viajou para
Brasília nesse sábado (16), também não tem compromissos oficiais na agenda.
Com
informações Agência Brasil
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