Imagem capturada no canal do Partido dos Trabalhadores no YouTube |
A
presidente Dilma Rousseff disse que o processo de impedimento contra ela no
Congresso Nacional é "a maior fraude jurídica e política da história"
do Brasil. Em pronunciamento à população veiculado nas redes sociais, Dilma fez
um dos mais duros ataques ao que classificou de "aventura golpista",
criticou indiretamente o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha, (ambos do PMDB) e disse que o impeachment, se aprovado, vai
"humilhar" o país perante a comunidade internacional como se fosse
uma "republiqueta qualquer".
"A
denúncia contra mim em análise no Congresso Nacional não passa de uma fraude, a
maior jurídica e política da história de nosso país. Sem ela, o impeachment
sequer seria votado. O Brasil e a democracia não merecem tamanha farsa",
diz a presidenta no vídeo.
Durante
os mais de seis minutos da gravação, a presidenta menciona diversas vezes as
expressões "golpe" e "golpistas". Ela se dirige ao povo
brasileiro para que continue defendendo a legalidade democrática, diz que é sua
obrigação esclarecer os fatos e denunciar riscos do seu afastamento e alega que
o que está em jogo é o "respeito às urnas, às conquistas sociais e aos
direitos dos brasileiros".
Sem
citar nomes, Dilma faz referências ao seu desafeto político, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), que, segundo o governo, aceitou o pedido de impeachement por
vingança contra o PT, e a seu vice, Michel Temer, que no início da semana
declarou, por meio de uma mensagem de voz, que, caso assumisse o poder, o povo
brasileiro teria de fazer sacrifícios.
"Peço
a todos os brasileiros que não se deixem enganar. Vejam quem está liderando
esse processo e o que propõem para o futuro do Brasil. Os golpistas ja disseram
que, se conseguirem usurpar o poder, será necessário impor sacrifícios à
população brasileira. Com que legitimidade? Querem revogar direitos e cortar
programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida",
disse.
No
vídeo, a presidenta diz fazer uma advertência aos que tratam o impeachment como
um "atalho ao poder". Segundo ela, eles nunca poderão "olhar nos
olhos da Nação" porque a "palavra golpe estará para sempre gravada na
testa dos traidores da democracia".
Agradecendo
manifestações em "defesa da democracia", mesmo dos que são críticos
do governo, Dilma defendeu que o Brasil tem condições de sair da crise e
reencontrar a "paz necessária" para "retomar o rumo das
mudanças". "Não se trata de concordar ou não com o governo, mas de combater
um golpe de estado, uma violação constitucional, que poderá mergulhar o Brasil
em um doloroso processo de instabilidade e insegurança [...] Mas somente o
respeito à ordem democrática pode assegurar a reunificação nacional".
Além
de repetir que não cometeu crime de responsabilidade, a presidenta disse que
"jamais" impediu investigações, que não possui o nome em
"nenhuma lista de propina" e que não é suspeita "de qualquer
delito contra o bem comum".
"Antes
de tudo, o que move os golpistas são os nossos acertos. Eles querem derrotar, a
qualquer custo, o que represento: o projeto de desenvolvimento e inclusão
social pelo qual estamos trabalhando todos os dias nos últimos 13 anos. Para
alcançar seus objetivos, estão dispostos a violentar a democracia e a rasgar a
Constituição Federal, espalhando intolerância, ódio e violência entre nós.
Estão dispostos a humilhar o Brasil perante a comunidade internacional, como se
fôssemos uma republiqueta qualquer e não uma das maiores democracias do
mundo", disse.
Com
informações Agência Brasil
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