Para a presidente Dilma é má-fé dizer que todo impedimento está correto (Foto: Antonio Cruz) |
A
presidente Dilma Rousseff voltou a afirmar ontem (30/03) que o processo de
impeachment aberto contra ela na Câmara dos Deputados é golpe porque não há
crime de responsabilidade, apesar de o instrumento jurídico estar previsto na
Constituição.
“É
absolutamente má-fé dizer que, por isso, todo impeachment está correto. Para
estar correto, a Constituição exige que se caracterize crime de responsabilidade.
Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe. Não adianta fingir que nós
estamos discutindo em tese o impeachment. Estamos discutindo um impeachment
muito concreto e sem crime de responsabilidade”, disse.
Dilma
fez a declaração durante cerimônia de lançamento da terceira fase do Programa
Minha Casa, Minha Vida, no Palácio do Planalto. Aos gritos de “Não vai ter
golpe”, representantes de movimentos sociais presentes à solenidade se
manifestavam contra o processo de impeachment na Câmara dos Deputados.
Eles
também gritaram palavras de ordem contra o vice-presidente da República e
presidente do PMDB, Michel Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), e o juiz federal Sérgio Moro, chamando-os de “golpistas”.
Por
aclamação, o Diretório Nacional do PMDB decidiu ontem (29) deixar a base aliada
do governo da presidenta Dilma Rousseff. A decisão foi anunciada pelo senador
Romero Jucá (RR), vice-presidente da legenda, que substituiu o presidente
nacional do partido. O PMDB também decidiu que os ministros do partido deverão
deixar os cargos. Participaram da reunião mais de 100 membros do Diretório
Nacional do PMDB.
Os
ministros da Saúde, Marcelo Castro, e da Agricultura, Kátia Abreu, filiados ao
PMDB, estavam presentes na cerimônia, mas não comentaram sobre suas situações
no governo. Líderes peemedebistas consideram o dia 12 de abril como data limite
para a entrega dos cargos do partido no governo, inclusive os seis ministérios.
“Aqueles
que querem interromper um mandato legitimamente eleito, que não seja pelos
instrumentos legais, vão ser responsáveis por retardar a retomada do
crescimento econômico e a geração de empregos. Nós lutamos por mais direitos,
mais inclusão, mais emprego, mais crescimento e mais democracia”, acrescentou.
A
presidenta destacou que quem quer tirá-la do poder pode atingir direitos da
população. “Quem não tem razão para tirar um governo que tem sua base pactuada
pela Constituição, quer tirar o governo para golpear direitos garantidos da
população. Se fazem isso contra mim, o que não farão contra o povo?”
Dilma
lamentou o clima de polarização política no país entre os que são contrários e
favoráveis ao governo. “Lamento que se crie um clima de intolerância e ódio. Acho
isso imperdoável. O Brasil gosta do diálogo e do convívio. Ódio, ressentimento,
preconceito é algo que tínhamos passado ao largo. Podemos divergir, mas não
somos uma cultura intolerante. Lamento profundamente aqueles que vêm destilando
ódio entre os brasileiros. Lamento profundamente e acho que isso é grave,
porque a intolerância é a base da violência. Isso não podemos aceitar no país”.
Com
informações Agência Brasil
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