No
Ceará, o anúncio do rompimento do PMDB com o governo de Dilma Rousseff (PT)
chegou até antes da reunião definitiva da sigla na última terça-feira (29/03).
Na prática, porém, o partido ainda mantém cargos federais no Estado,
ressalvando que todos “estão à disposição” da presidente da República.
“Eu
liguei para ela (Dilma). Disse que, mesmo sendo nomes técnicos, ficava desconfortável
o PMDB continuar nesses cargos”, afirmou o presidente do PMDB no Ceará, o
senador Eunício Oliveira. “Dilma ouviu e pediu um pouco de paciência”,
completou.
De
acordo com o senador, a conversa com Dilma, por telefone, deu-se ainda na
terça-feira. Nela, o peemedebista afirma ter colocado os cargos federais
ocupados pela sigla no Estado “à disposição” da presidente.
O
senador não confirma, entretanto, se o pedido de “paciência” presidencial
sugere que o Planalto deve mesmo exonerar as indicações de Eunício. Sobre
possibilidade de pedido de demissão pelos próprios presidentes dos órgãos, o
parlamentar também não respondeu.
Atualmente
o PMDB detém pelo menos três grandes cargos federais no Ceará. Indicados pela
legenda, estão o presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Marcos
Holanda, e o diretor-presidente da Companhia Docas do Ceará, César Pinheiro.
Já
o diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs),
Walter Gomes, foi indicação de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que pediu
exoneração do Ministério do Turismo na última segunda-feira, 28.
O
jornal POVO entrou em contato com os três órgãos. No BNB, “não há qualquer
sinalização de mudanças”, segundo a assessoria de imprensa do banco, que
informou ainda que Holanda estava viajando e não poderia se manifestar.
Para
os servidores da entidade, no entanto, os últimos acontecimentos na política
nacional têm causado “certa expectativa e receio”, conforme a presidente da
Associação dos Funcionários do BNB.
“Caso
haja alguma mudança, a nossa preocupação é somente com o perfil de quem ocupará
o cargo, que deve ser técnico”, pondera Rita Josina Feitosa.
Diretor-presidente
da Companhia Docas, César Pinheiro respondeu que “o cargo sempre esteve à
disposição” da presidente Dilma. “Na hora em que ele (o governo) quiser, eu
entrego o cargo”, disse.
Walter
Gomes, do Denocs, não quis comentar a saída do PMDB da base do governo Dilma.
Por meio de assessoria, ele destacou seu caráter técnico para assumir o cargo.
Indicado por Henrique Eduardo Alves, porém, a possibilidade de que deixe o
posto é maior.
Presidente
da Associação dos Servidores do Dnocs, Roberto Morse de Souza admite que Gomes
pode deixar o comando do órgão, mas o PMDB continuará dando as cartas no Dnocs.
“Se a Dilma cair, é possível que o PMDB fique no Governo”, projeta.
Conforme
acordo após oficialização do fim da aliança com o PT, ocupantes de cargos federais
ligados ao PMDB teriam até 12 de abril para deixar suas posições, sob o risco
de sofrerem desfiliação. Eunício não respondeu se o partido fará isso no Ceará.
Com
informações O Povo Online
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