Passou
despercebido uma imagem compartilhada pelo professor e secretário geral do
Sindicato dos Servidores Municipais de Altaneira (SINSEMA), José Evantuil
e, que reflete o lado preconceituoso e
racista.
Sem
grandes alardes, como já era de se esperar em tudo o que é publicado ou
compartilhado nos grupos criados na rede social facebook, a imagem foi curtida
por poucas pessoas.
Apenas quatro curtiram, dentre elas três possuem formação
superior e estão na função de professores e um é egresso do ensino médio. A
imagem (como se percebe abaixo) demonstra uma criança negra tendo que escolher
entre duas opções. Na primeira – não necessariamente nessa ordem – há três
pessoas sugerindo que o menino vá a escola e na segunda outras lhe entregando
armamentos.
Na legenda há uma mensagem que apregoa “a vida
é feita de escolhas. Não existe vítima da sociedade”. O passar despercebido e
os alardes que não houve com a imagem me causou estarrecimento e igualmente me
fez salva-la e reproduzir na minha linha do tempo no Facebook o sentimento de
indignação frente aquilo que para mim reforça o lado da casa grande que não foi
extinta com o fim do regime escravista no século XIX, apenas ganhou nova
roupagem e com discursos que precisam se adequar ao novo modelo econômico da
sociedade – o sistema capitalista.
Tão
logo houve o compartilhamento alguns internautas teceram comentários.
"Racista e burguesa", disse Darlan Reis Jr, professor de História da
Universidade Regional do Cariri (URCA). A professora do município de Crato,
Sibelle Eupídio também manifestou indignação ao afirmar "quem dera fosse
assim". O mesmo sentimento foi compartilhado pelo altaneirense Júlio
Eufrásio que complementou ressaltando “bem fosse assim feito de escolhas, as
vezes jovens tem potencial mais na maioria das vezes não tem oportunidade que
engloba todas as situação financeira que envolve família etc”. O acadêmico de
História André Henrique foi taxativo. “como se os problemas da nossa sociedade
fosse apenas escolhas”. Igual modo o jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho
foi mais além e afirmou que o fato reflete a falta de conscientização dos
professores. “É profundamente lamentável, mas mostra o nível de conscientização
de nossos professores”, pontuou. Régia Oliveira, professora do município de
Santana Do Cariri frisou o atraso da sociedade. “É meu amigo, assim
(des)caminha a humanidade”.
A
imagem não tem outra conotação se não a de cunho RACISTA e que induz uma falsa
MERITOCRACIA. Ela pode ir sem medo de voltar para a série criada pelo
jornalista (que envergonha a classe) Alexandre Garcia (da TV Globo) - "Não
existe racismo no Brasil" como adjacência da outra por ele também criada -
"O pais não era racista até criarem as cotas". Pode ainda entrar
para a seleta coleção de frases feitas por pessoas altamente racista e que
tentam a todo custo injetar nos outros a ideia de que o racismo é construído
pelos próprios NEGROS e que se parar de falar do racismo ele acaba.
Há
que se entender dois pontos na imagem. O menino poderia ser um branco ou um
amarelo. Mas diante de uma sociedade que ainda não conseguiu pular o muro do
racismo, o menino escolhido foi o negro. Aliás a única escolha na imagem foi a
do menino. O segundo ponto. O ser humano (de forma específica o negro, a negra,
o índio e a índia) são vítimas da sociedade. É vítima quando há privilégios
para uns outros não. É vítima quando se olha para o sistema prisional
brasileiro e a maioria esmagadora são negros. É vítima quando se direciona um
olhar para a representatividade na política partidária e o negro e a negra, o
índio a a índia não se sentem representados. É vítima ainda quando se percebe
que o sistema econômico é alimentado por um elitismo e por racismo de enojar. É
vítima quando... É vítima quando... É vítima quando... Poderíamos passar horas
e horas citando exemplo.
A
imagem que foi compartilhada no grupo “Professores de Altaneira” foi retirada
(excluída) depois que foi compartilhado por este signatário na rede social Facebook como se visualiza abaixo:
Publicado originalmente Blog Informações em Foco
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