O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que “ficou um pouco
difícil” de o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) avançar no
Congresso.
“Francamente,
temos visto que o impeachment encaminhado pelas mãos do presidente da Câmara
ficou um pouco difícil. [Já que] Ele próprio vai ser impichado”, disse o
tucano, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, em referência à possibilidade de
o Supremo Tribunal Federal afastar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da
Câmara.
O
ex-presidente, que abriu o seminário “Latin American Investment Conference
(LAIC)”, do banco Credit Suisse, no hotel Grand Hyatt, afirmou que não estava
ali para defender Dilma, mas que “não basta tirá-la” do governo.
“Sem
querer absolvê-la, não basta tirá-la e colocar outro, porque a condição está
aí, com o Congresso desse jeito”, disse.
Ao
comentar a fala da ex-senadora Marina Silva, que defendeu que o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) acelere a apuração de análise de cassação da chapa de
Dilma Rousseff e Michel Temer, FHC questionou o processo na Justiça Eleitoral,
que tem como autor o seu partido, o PSDB.
“Você
anula as eleições e a regra é a mesma? Os partidos são os mesmos? Não faz uma
mudança mais profunda na legislação eleitoral? Do ponto de vista nacional, era
melhor aprofundar mais a crise política, porque é preciso mudar mais
profundamente as regras, fazer mudanças mais profundas no Brasil. Não é
pessimismo, mas isso leva anos”, falou.
Um
dos principais defensores da cassação da chapa de Dilma e Temer é o senador
Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado pela petista em 2014.
O
ex-presidente também disse que o afastamento da presidente da República pode
dar espaço para que surjam “demagogos” no cenário político brasileiro.
Sem
citar o ex-correligionário Álvaros Dias, que trocou o PSDB pelo PV com a
pretensão de disputar a Presidência da República em 2018, FHC afirmou: “Não
quero personalizar, mas tem pessoas aí que estão mudando de partido com a
pretensão de ser presidente. E são capazes de falar. O problema em um país como
o nosso é que a capacidade de expressão, de empenho, de ser ator, conta mais
que o resto. Na
política contemporânea, político tem que ser um pouco ator. Tem muitos atores
que usam o script necessário e depois vão fazem bobagem”, disse.
Com
informações Agência Brasil
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