Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Alex Ferreira) |
As
contas estão sendo feitas. Governo e oposição se articulam para somar forças já
na primeira batalha do processo de impeachment contra a presidente Dilma
Rousseff (PT). A primeira queda de braço já ocorre na comissão especial da
Câmara dos Deputados que terá seus integrantes anunciados amanhã. Dos 65 nomes,
o governo detém ampla maioria, ao menos teoricamente. A oposição, dividida e
desarticulada, apresenta minoria.
No
entanto, um levantamento feito pelo jornal O Povo indica que um percentual
representativo de parlamentares pode atrapalhar os planos do PT de resolver a
pauta o quanto antes. A maioria expressiva na Câmara dos Deputados e no Senado
Federal não foi suficiente para evitar inúmeras derrotas sofridas pelo governo
no primeiro ano da segunda gestão Dilma. A infidelidade de partidários
governistas, somada às pautas patrocinadas por Eduardo Cunha com o apoio da
oposição, obrigou o governo a realizar reforma ministerial, há pouco tempo,
para voltar a vencer as votações no Congresso Nacional. Por diversas vezes
também a oposição perdeu votações importantes por infidelidade de deputados
teoricamente contra o governo.
As
vitórias nas últimas semanas, quando manteve-se os vetos mais importantes da
presidente e aprovou-se a nova meta fiscal, tem tornado o Palácio do Planalto
mais confiante para enfrentar o momento mais difícil do governo. Momento esse
em que há concretamente a possibilidade da presidente reeleita há pouco mais de
um ano perder o mandato e os direitos políticos pelos próximos oito anos.
Pelas
contas prévias feitas pela reportagem, pelo menos 1/4 de deputados governistas
e os chamados independentes, que devem compor a comissão, podem passar para o
lado oposicionista na batalha, assim como se viu ao longo deste ano de 2015. Da
mesma forma, a depender da conjuntura momentânea, deputados da oposição podem
surpreender e votar com o governo, como já foi visto neste ano.
A
cúpula governista, apesar da confiança do momento, sabe dos riscos e por isso
trabalha para agir rápido. Diversas reuniões entre as lideranças partidárias do
governo e suas bases marcaram este fim de semana para definir os titulares e
suplentes da comissão especial. O maior receio de petistas é contar com um
número alto de infiéis pelo lado do PMDB principalmente. PSD, PRB, PTB, PP e
PSB ainda não se pronunciaram formalmente sobre o lado que estarão nesse
processo na Casa. Ainda nesta semana, relatoria e presidência devem ser
escolhidas pelos membros.
Membro
suplente do Conselho de Ética da Câmara, o deputado Odorico Monteiro (PT)
reconheceu o problema que o governo vai ter de enfrentar nos próximos dias. “Há
deputados que têm essa conduta (infiel) o tempo todo, inclusive em votações
estratégicas do Governo Federal”. Odorico, no entanto, fez questão de destacar
as últimas vitórias do governo perante a oposição, principalmente à do PLN que
alterou a meta fiscal do governo.
Com
informações O Povo Online
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