O
silêncio do vice-presidente Michel Temer, principal liderança do PMDB, após o anúncio de que acunha aceitou o
processo de impedimento da presidente Dilma ontem (02/12) pode dar vazão a
várias interpretações tanto do lado do governo quanto do lado da oposição.
No
caso de afastamento de Dilma, Temer assumiria o comando do País. Para o PMDB,
esse seria o cenário ideal.
À
medida que o enfraquecimento do governo do PT se intensificou no Congresso
Nacional, desde o início do ano, o principal partido de sustentação do
Executivo foi mudando o tom do discurso e incorporando temas ligados às
manifestações nacionais.
O
PMDB também foi o responsável por alimentar diversas derrotas de Dilma na
Câmara. Nos últimos meses, o discurso da legenda tem sido cada vez mais
enfático na defesa de candidatura própria para as eleições de 2018.
A
tropa partidária de Temer na sigla pode ser considerada, neste momento, a
grande incógnita para o PT. Se abraça o governo (leia-se Dilma e PT) ou se se
rebela rumo a um possível governo peemedebista.
Os
votos do partido serão disputados um a um nas próximas semanas, ou meses, o
tempo que levar a tramitação do processo de impeachment. Aliados governistas já
fazem as contas e garantem em tom de “tranquilidade” que a Casa não abrirá
impedimento contra a petista por ter maioria. A única certeza no Planalto é que
a presidente não terá os votos do PMDB de Cunha.
O
cientista político Flávio Britto, da Universidade de Brasília (UnB), acredita
que o partido na Câmara dos Deputados deverá acompanhar a decisão de Eduardo
Cunha e votar pela abertura do processo de impeachment contra a presidente
Dilma. “Temer está preparado para assumir, ele já deu declarações, já tem
conversado com alguns membros do Congresso Nacional nesse sentido”, prevê.
De
acordo com o pesquisador, o momento de agravamento da crise para o governo se
dá pelo fato de Dilma “perder a legitimidade” dia após dia. “Ela está envolta
de um mar de lama e isso faz do País um caos”, argumenta.
A
cientista política da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mirtes Amorim,
também acredita que o PMDB acabe optando pelo apoio ao processo de impeachment
da presidente.
“É
uma dúvida exatamente porque o PMDB é um partido dividido e oportunista. É
possível, no entanto, que a legenda vote pelo impedimento de Dilma pela chance
de chegar ao poder”, avalia. Segundo a pesquisadora, essa seria a oportunidade
mais direta de o partido ocupar o poder.
Com
informações O Povo Online
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