Governadores
de oito estados do Nordeste repudiaram ontem (03/12) o pedido de abertura de
processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.
Em nota, que foi divulgada pelo governador da Bahia, Rui Costa (foto), eles
chamaram o episódio de “absurda tentativa de jogar a Nação em tumultos
derivados de um indesejado retrocesso institucional”. O pedido foi aceito na última quarta-feira (02/12) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A
nota dos governadores afirma que não houve prática de crime de responsabilidade
por parte da presidenta Dilma e que a decisão de aceitar o pedido de abertura
de processo decorreu “de propósitos puramente pessoais, em claro e evidente
desvio de finalidade”.
“Diante
desse panorama, os governadores do Nordeste anunciam sua posição contrária ao
impeachment nos termos apresentados e estarão mobilizados para que a serenidade
e o bom senso prevaleçam”, diz o texto. “Em vez de golpismos, o
Brasil precisa de união, diálogo e de decisões capazes de retomar o crescimento
econômico, com distribuição de renda”, acrescenta a nota.
Além
de Costa, assinam a nota os governadores Camilo Santana, do Ceará; Flávio Dino,
do Maranhão; Jackson Barreto, de Sergipe; Ricardo Coutinho, da Paraíba; Renan
Filho, de Alagoas; Robinson Faria, do Rio Grande do Norte; e Wellington Dias,
do Piauí.
Paulo
Câmara, de Pernambuco, foi o único dos governadores do Nordeste que não assinou
a nota. Câmara divulgou seu próprio comunicado, no qual evitou criticar
abertamente o processo de impeachment que se inicia no Congresso. Ele
questionou, porém, o papel de Eduardo Cunha, que enfrenta problemas no Conselho
de Ética da Câmara.
O
governador disse que Cunha tem sua legitimidade comprometida e “precisa deixar
a presidência da Casa”. Câmara defendeu “trabalho duro” para superação da crise
e falou em oportunidade para o governo federal “dar um basta na política
pequena, de troca de favores para qualquer tomada de posição”.
Ao
concluir a nota, Câmara diz que seu partido, o PSB, não votou na presidenta
Dilma, nem no presidente da Câmara. "Trilhamos nosso próprio caminho. Essa
postura continuará, defendendo as instituições e o respeito à Constituição do
país."
O
rito de análise do processo do impeachment teve início hoje, com a leitura da
denúncia aceita pelo presidente da Câmara. O texto, de 68 páginas, foi lido
pelo primeiro-secretário da Casa, Beto Mansur (PRB-SP). Em seguida, o próprio
Eduardo Cunha leu a decisão em que acatou pedido de abertura do processo.
Com
informações Agência Brasil
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