Gilberto Gil no debate As Aventuras Políticas do Século 21, no encontro Emergências (Fernando Frazão) |
O
cantor e compositor Gilberto Gil criticou ontem (07/12) o processo de
impeachment aberto na Câmara dos Deputados contra a presidenta Dilma Rousseff.
Segundo ele, neste momento, se vê no Brasil um exemplo de uma “aventura, um
delírio político tentando legitimar uma aventura jurídica com o pedido de
impeachment da presidente”.
Gil
disse ainda esperar que a sociedade brasileira se manifeste contra o
impedimento de Dilma. “É uma coisa que está ficando cada vez mais clara e
espero que fique suficientemente clara para a sociedade brasileira, no sentido
que a sociedade brasileira tenha a capacidade de se manifestar definitivamente
contra essa tentativa de impedimento da presidente”.
Ele
afirmou ainda que não se sente capacitado para o exercício da política e
classificou de uma contribuição passageira a experiência que teve no campo
político quando ocupou os cargos de secretário de Cultura da Bahia e, depois,
de ministro da Cultura durante o governo Lula. Gil disse que essa contribuição
se deu mais na gestão da questão pública, no sentido de conceber e dirigir à
população políticas públicas e refletir as necessidades delas.
“Se
fosse para fazer uma contribuição no campo da política, possivelmente, não
teria assumido as responsabilidades que assumi tanto na Secretaria de Cultura
da Bahia como no Ministério da Cultura, porque não me sinto capacitado, não me
sinto apto, não tenho talento para o exercício da política”, disse. “Não tenho
apetite político para vivenciar a vida política da maneira que a política se
estabeleceu nestes últimos quadrantes”, acrescentou.
Para
o ex-ministro, a política se não foi sempre assim, pelo menos de um tempo para
cá, passou a ser um sistema subsidiário de grandes jogos de interesses em
outros campos, especialmente, da vida material, dos interesses da produção e na
distribuição de bens. “A política tem se reduzido cada vez mais a esses
interesses confinados em certos setores e certos âmbitos. A capacidade da
política pensar em uma aventura maior que inclua a visão 360 graus da vida, de
toda a sociedade, em todo o tempo, isso é uma questão cada vez mais complicada
e difícil”.
Gil
participou ontem (07/12), no Circo Voador, no centro do Rio, do debate
Aventuras Políticas do Século 21, incluído na programação do projeto
Emergências realizado pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da
Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC). Após o debate, ele fez houve um
show musical.
Com
informações Agência Brasil
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