A
presidente Dilma Rousseff decidiu tirar Joaquim Levy do Ministério da Fazenda e
substituí-lo pelo atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Para o lugar
de Barbosa, Dilma nomeou o ministro da Controladoria Geral da União (CGU),
Valdir Simão.
A
troca no comando da equipe econômica foi anunciada há pouco pelo Palácio do
Planalto, por meio de nota à imprensa, e ocorre após uma semana conturbada no
Congresso Nacional, onde estiveram em votação a Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO), o Plano Pluriananual (PPA) e o Orçamento de 2016. De acordo com o
comunicado, Dilma agradeceu Levy e elogiou o trabalho do ministro.
"A
presidenta agradece a dedicação do ministro Joaquim Levy, que teve papel
fundamental no enfrentamento da crise econômica, e deseja muito sucesso nos
seus desafios futuros", afirmou a Secretaria de Imprensa da Presidência.
Aprovada
na última quinta (17/12) pelo Congresso Nacional, a LDO trouxe como novidade, em relação ao
texto aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) em novembro, a redução da
meta do superávit primário do governo federal de 0,7% para 0,5% do Produto
Interno Bruto (PIB), sem deduções (R$ 24 bilhões). A mudança foi apresentada
pelo relator da proposta, o deputado Ricardo Teobaldo (PTB-PE), depois de
negociações com o governo, com o objetivo impedir o corte de R$ 10 bilhões do
programa Bolsa Família.
Levy
sempre defendeu que a meta fiscal ficasse em 0,7%, tendo, inclusive, feito um
apelo aos líderes partidários, na última segunda-feira (14), para que
trabalhassem pela aprovação de três medidas provisórias que aumentariam
receitas, evitando, assim, o corte do Bolsa Família e de outros programas
sociais, proposto anteriormente pelo relator do Orçamento, deputado Ricardo
Barros (PP-PR). Na ocasião, Levy também reafirmou o compromisso do governo com
a meta de esforço fiscal em 0,7% do PIB (PIB).
A
demissão de Levy vem ao encontro da demanda de vários movimentos sociais, que
criticavam a condução do ajuste em prejuízo a direitos dos trabalhadores. Por
diversas vezes, especulou-se que o próprio Joaquim Levy pudesse pedir demissão,
já que algumas de suas opiniões, no sentido de aumentar o rigor do ajuste
fiscal, eram contestadas pela própria presidente Dilma. Levy, que ocupou o
cargo por menos de um ano, foi o responsável pela execução de medidas de ajuste
fiscal do governo praticadas nos últimos meses, algumas das quais ainda não
foram aprovadas pelo Congresso Nacional.
Ex-secretário
executivo do Ministério da Fazenda, Barbosa deixou o cargo ao lado do então
ministro, Guido Mantega, em 2013. Durante a participação no primeiro governo da
presidenta Dilma Rousseff, elaborou estudos de medidas de desoneração para
estimular a economia e formulou uma minirreforma tributária para acabar com a
guerra fiscal entre os estados.
No
início deste ano, substituiu a então ministra Miriam Belchior como titular do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Antes, havia participado da
equipe econômica do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em
outros ocasiões. Em 2003, integrou a equipe de Guido Mantega no Planejamento.
De 2004 a 2006, trabalhou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), também junto com Mantega.
Barbosa
também esteve à frente da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério
da Fazenda, em 2007 e 2008, e da Secretaria de Política Econômica, de 2008 a
2010. Ele é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor
em economia pela New School for Social Research, nos Estados Unidos.
Com
informações Agência Brasil
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