Eduardo Cunha, Aécio Neves e Paulinho da Força em foto de arquivo |
Com
a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de invalidar o rito adotado até
agora pela Câmara, o presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e as siglas de
oposição buscam formas de driblar pontos e adiar a votação do impeachment para
um momento “mais adequado”.
Nenhuma
votação ocorrerá na segunda e na terça-feira (21 e 22), os dois últimos dias
antes das férias parlamentares. A definição do novo calendário ocorrerá só a
partir de fevereiro, quando começa novo ano legislativo.
Uma
primeira ação discutida entre a oposição e Cunha é aprovar um projeto de
resolução, já apresentado pelo DEM, incluindo no regimento interno da Câmara a
possibilidade de chapas avulsas para compor comissões.
Um
dos pontos barrados pelo STF foi justamente esse: o fato de a comissão do
impeachment ser formada por uma chapa concorrente à indicada por líderes
partidários. “O plenário não pode ser cerceado de optar”, diz o líder do DEM,
Mendonça Filho (PE), autor do projeto.
Técnicos
da Câmara, porém, dizem avaliar que, mesmo com a aprovação do projeto, a
eventual eleição de uma chapa avulsa poderá ser derrubada
novamente
pelo STF.
A
estratégia de Cunha é reiniciar o processo de impeachment apenas em março,
quando a perspectiva dele e da oposição é de uma piora nos cenários
político
e econômico.
Para
tardar o trâmite, ele pretende ingressar com embargo de declaração no Supremo
para esclarecer brecha na decisão da corte: o que deve ser feito caso a chapa à
comissão especial seja rejeitada pelo plenário da Câmara.
O
objetivo é também ganhar tempo até a eleição, marcada para fevereiro, do novo
líder do PMDB na Casa, que será responsável pela indicação dos peemedebistas
para o colegiado.
Em
articulação com o vice-presidente, Michel Temer, Cunha pretende restituir o
posto a Leonardo Quintão (MG), que colocaria na comissão do impeachment nomes
favoráveis ao afastamento de Dilma.
Até
março, aliados de Cunha defendem que ele paralise projetos de interesse do
governo na Câmara para gerar um “cenário de caos” que agrave o quadro de crise,
contribuindo para a queda da aprovação do governo e o fortalecimento de
movimentos de rua pró-impeachment.
No
período, no entanto, o peemedebista tentará evitar colocar suas digitais nas
articulações.
O
receio é que qualquer manobra possa ser interpretada pelo STF como uma
tentativa de utilizar o cargo em interesse próprio, o que pode induzir a seu
afastamento.
Com
informações O Povo Online
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