Dilma se reúne com governadores no Palácio do Planalto (Foto: Roberto Stuckert Filho) |
Governadores
de 15 estados e do Distrito Federal entregaram ontem (08/12) à presidente Dilma
Rousseff uma carta em que se posicionam contra o processo de impeachment. Eles
defendem que o mecanismo do impeachment deve ser empregado somente se houver
“comprovação clara e inquestionável” de atos praticados dolosamente pelo chefe
de Governo que atentem contra a Constituição.
“O processo de impeachment, aberto na última
quarta-feira, (02/12), carece desta fundamentação. Não está configurado
qualquer ato da presidenta da República que possa ser tipificado como crime de
responsabilidade”, diz o documento.
Na
chamada Carta pela Legalidade, os governadores reconhecem ainda as dificuldades
atuais do país e afirmam que as saídas para a crise não devem desrespeitar a
legalidade.
A
íntegra da carta:
CARTA PELA LEGALIDADEOs governadores estaduais vêm, por meio desta nota, manifestar-se contrariamente ao acolhimento do pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidenta da República. A história brasileira ressente-se das diversas rupturas autoritárias e golpes de estado que impediram a consolidação da nossa democracia de forma mais duradoura. Tanto é assim que este é o período mais longo de normalidade institucional de nossa história, conquistado após a luta de amplos setores da sociedade. Nesse sentido, é dever de todos zelar pelo respeito à Constituição e ao Estado Democrático de Direito. Entendemos que o mecanismo de impeachment, previsto no nosso ordenamento jurídico, é um recurso de extrema gravidade que só deve ser empregado quando houver comprovação clara e inquestionável de atos praticados dolosamente pelo chefe de governo que atentem contra a Constituição. O processo de impeachment, aberto na última quarta-feira, 02/12, carece desta fundamentação. Não está configurado qualquer ato da Presidenta da República que possa ser tipificado como crime de responsabilidade. Compreendemos as dificuldades pelas quais o país atravessa e lutamos para superá-las. Todavia, acreditamos que as saídas para a crise não podem passar ao largo das nossas instituições e do respeito à legalidade. Por isso, ciosos do nosso papel institucional, conclamamos o país ao diálogo e à construção conjunta de alternativas para que o Brasil possa retomar o crescimento econômico com distribuição de renda. Brasília, 8 de dezembro de 2015
Distrito Federal: Rodrigo Rollemberg (PSB)Estado do Acre: Tião Viana (PT)Estado das Alagoas: Renan Calheiros Filho (PMDB)Estado do Amapá: Waldez Góes (PDT)Estado da Bahia: Rui Costa (PT)Estado do Ceará: Camilo Santana (PT)Estado do Maranhão: Flávio Dino (PCdoB)Estado das Minas Gerais: Fernando Pimentel (PT)Estado da Paraíba: Ricardo Vieira Coutinho (PSB)Estado de Pernambuco: Paulo Câmara (PSB)Estado do Piauí: Wellington Dias (PT)Estado do Rio Grande do Norte: Robinson Faria (PSD)Estado do Rio de Janeiro: Luiz Fernando Pezão (PMDB)Estado de Roraima: Suely Campos (PP)Estado de Santa Catarina: Raimundo Colombo (PSD)Estado do Sergipe: Jackson Barreto (PMDB)
Com
informações Agência Brasil
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