Manifestantes em Brasília (Foto: Valter Campanato) |
Mais de 100 cidades no Brasil realizaram atos em favor do impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT) ontem (13/12), em atos com adesão marcadamente
inferior às dos três protestos anteriores contra a petista. Os
protestos deste domingo foram os primeiros desde que o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acatou o pedido de impeachment apresentado
pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal contra
Dilma. Foram os primeiros, também, no qual o PSDB fechou questão a favor da
remoção da presidente.
Se
as forças políticas anti-Dilma se uniram, as ruas se dispersaram. As
manifestações registraram participação menor do que os protestos de agosto, nos
quais centenas de milhares de pessoas foram às ruas contra o governo federal.
Em
São Paulo, a Polícia Militar estimou em 30 mil a quantidade de manifestantes
que se reuniram na Avenida Paulista, no centro da capital. O Instituto
Datafolha estimou em 40,3 mil o número de manifestantes, uma dimensão bem menor
que a dos protestos de 16 de agosto. Naquele dia, a organização estimou a
participação de 1 milhão de pessoas, enquanto a PM divulgou o número de 350 mil
e o Instituto Datafolha apontou 135 mil manifestantes.
No
Rio de Janeiro, apenas 5 mil se reuniram na orla de Copacabana neste domingo.
Em agosto, a PM não divulgou uma estimativa da dimensão da manifestação. Em
Brasilia, cerca de 5 mil pessoas protestaram em frente ao Congresso Nacional,
segundo a PM. Em agosto, foram 25 mil.
Neste
domingo, aproximadamente 7 mil pessoas estiveram na manifestação no Recife,
segundo estimativas da PM e dos organizadores. Em Belo Horizonte, a polícia
estima em 3 mil o número de participantes, enquanto os organizadores falam em 6
mil.
Os
protestos convocados por grupos como o Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre
ocorreram no aniversário de 47 anos da implementação do Ato Institucional nº 5
(AI-5) pela ditadura, que deu plenos poderes ao então presidente-marechal Artur
da Costa e Silva, além de permitir o fechamento do Congresso, institucionalizar
a censura prévia e suspender habeas corpus em casos de crimes políticos.
Na
Avenida Paulista, os manifestantes utilizaram diversos carros de som ao longo
da via, que, aos domingos, tem o tráfego de veículos interrompido. Muitos
participantes do ato vestiam camisas amarelas, com adereços e pinturas de rosto
com as cores da bandeira brasileira.
A
participação popular foi bem menor do que em atos anteriores contra o governo
federal. O líder do Movimento Vem Pra Rua, um dos organizadores do protesto,
Rogério Chequer, admitiu que a manifestação de hoje deve ser menor do que
outras ocorridas ao longo deste ano. “Houve muito pouco tempo de divulgação. É
normal que um movimento com menos tempo de divulgação tenha menos gente. Não
nos surpreende”, disse.
Segundo
Chequer, a mobilização é importante para
pressionar os parlamentares. “É preciso que esses deputados, já a partir de
agora, se posicionem e mostrem a sua posição com relação ao impeachment.”
Além
dos grupos que pediam a destituição de Dilma, aproveitaram a mobilização
militantes da campanha pela redução de impostos promovida pela Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e partidários da volta do regime
militar.
No
Rio, os manifestantes pediam na Praia de Copacabana a saída de Dilma Rousseff e
a convocação de novas eleições. Também havia um número grande de pessoas defendendo a saída do
vice-presidente Michel Temer e de Cunha.
Em
Brasília, o ato fechou as vias da Esplanada dos Ministérios e reuniu de 5 mil a
6 mil pessoas, de acordo com a PM, e 30 mil, segundo os organizadores. Os
manifestantes seguiram do museu da República até o Congresso Nacional, com
faixas contrárias à política fiscal e também a favor da cassação de Cunha.
Os
organizadores da marcha anti-Dilma se mostraram descontentes com a baixa
participação popular na capital federal.
Havia
ainda bonecos infláveis do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da
presidenta Dilma, representada com um nariz do personagem Pinóquio. Os
protestos se concentraram em dois locais: Museu da República e em frente ao
Congresso.
Com
informações Agência Brasil
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