Esvaziado, protesto contra o governo foi realizado na avenida Paulista no feriado de 15/11 (Foto: Vilmar Bannach) |
Para quem esperava grandes "manifestações de
protesto" contra o governo, fartamente comentadas pela imprensa durante as
últimas semanas, o domingo foi frustrante. Às 10h49, o portal do Estadão já
tinha jogado a toalha: "A manifestação marcada para a manhã deste domingo,
15, na Esplanada dos Ministérios reúne poucas pessoas. Boa parte dos que
protestam no momento está ligada a movimentos de apoio à intervenção
militar".
Eram
tão poucos os gatos pingados espalhados pelo gramado em frente ao Congresso que
acabaram caindo no ridículo. Para chamar a atenção, um dos grupos golpistas
chegou a levar até um imenso boneco do general Antônio Mourão fardado com
roupas de combate. Mourão é aquele general que foi exonerado do Comando Sul
após fazer duras críticas aos políticos e ao governo Dilma.
Até
o final do dia, a PM de Brasília não contou mais de dois mil manifestantes, que
acabaram entrando em conflito com policiais quando tentaram invadir o espelho
d´água em frente ao Congresso, e foram afastados com jatos de gás de pimenta.
Em São Paulo, a polícia nem se deu ao trabalho de contar quantos apareceram na
avenida Paulista, mas nas fotos dava para ver que havia mais jornalistas e
ciclistas do que "protestantes". O assunto sumiu do noticiário.
Nenhum
"movimento das ruas" assumiu a responsabilidade pelo retumbante
fracasso. Nem os lideres dos revoltosos apareceram desta vez. Caiado, Bolsonaro
e o cantor Lobão não foram vistos nas manifestações.
Depois
que até o PSDB desembarcou das articulações pelo impeachment da presidente, na
semana passada, a turma do "Somos todos Cunha" saiu antecipadamente
de férias. Ao participar de um evento em Porto Alegre, no sábado, o líder
tucano José Serra ofereceu a senha do novo momento do PSDB, dando um chega para
lá nos radicais da dupla Aécio & Sampaio: "É possível fazer oposição sem
causar danos de maneira permanente ao País só para enfraquecer o governo".
A
minoritária ala de descontentes do PMDB contava com estas manifestações para
defender que o partido rompa com o governo na reunião do Instituto Ulisses
Guimarães marcada para esta terça-feira, mas não há a menor chance disso
acontecer. Qualquer decisão ficará para a convenção nacional, que foi adiada
pela direção do partido para março do ano que vem.
Tudo
vai sendo adiado para 2016, como se o País tivesse apertado a tecla
"pause". Estamos agora congelados na tela de espera.
Publicado
originalmente no portal Brasil 247
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