Multidão composta por lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e heterossexuais tomou a Beira Mar (Fotos: Evilazio Bezerra) |
Em
meio ao clima de festa, o tema deste ano - “Retroceder jamais, somos famílias -
exigimos Estado laico e direitos iguais” - a 16ª edição da Parada da
Diversidade Sexual do Ceará realizada ontem (01/11), na Beira Mar, levantou as
principais bandeiras do movimento, num ano em que se teme a possibilidade de
retrocessos.
“Acho
que a gente cumpriu o papel de denunciar o fundamentalismo religioso que avança
nas casas legislativas de todo o País”, reivindica o presidente do Grupo de
Resistência Asa Branca (Grab), Francisco Pedrosa, entidade que organiza a
parada desde a primeira edição. A estimativa era de 600 mil pessoas presentes. O
jornal O POVO não conseguiu contato com a Polícia Militar para obter estimativa
de público até o fechamento desta edição.
Madrinha
da parada deste ano, a ex-prefeita de Fortaleza Maria Luiza Fontenele celebrou
a diversidade. “Há uma emoção muito forte, como se essa praia tivesse a
simbologia da libertação. Daqui, onde Dragão do Mar disse não à escravidão,
daqui deve sair nosso grito de igualdade, libertação e emancipação”.
Dos
cinco trios elétricos vinha a trilha sonora que embalou o fim de tarde e noite
adentro, com o funk de Anitta e Ludmilla, mas também o forró e os sucessos pop
americanos. Do chão se viu poucas fantasias e acessórios. Quem levou
criatividade atraiu a atenção. Com o salto de dez centímetros, a estilista e
travesti Bianca Muniz, 32, chegou a 1,93m. Deve aparecer na rede social de mais
de cem pessoas - quantidade de vezes em que foi fotografada com suas asas da
borboleta “com as cores da diversidade”.
As
críticas da professora Jéssica Gadelha, 24, indicaram a necessidade de mais
segurança. “E cada vez mais vem um público motivado pela bagunça, pela farra,
deixando de lado as lutas do movimento LGBT”, lamentou, em sua segunda parada.
Para ela, “é preciso ter outros movimentos como esse para abordar o
preconceito”, opinião compartilhada pela pensionista Afra Fialho, 64, mãe da
ativista Lena Oxa. “Não devia ser só hoje”.
De
Manaus, a assistente social Graça Prola, 63, veio passar o feriadão na capital
cearense. Depois de um dia no Beach Park, chegou a tempo de apoiar a parada,
sem se importar nenhum pouco com o barulho que invadiu o hotel da Beira Mar
onde estava hospedada. “Já fui madrinha da parada gay de lá. É um evento que
não é só glamour - é luta contra a discriminação e a homofobia”, defendeu.
Na
multidão que seguiu avançando pela Beira Mar, não se viu cartazes ou faixas.
Mas os beijos e afagos mandavam o recado: as regras de um estatuto não
conseguem dar conta da infinitude de amores e paixões quem simplesmente
acontecem.
Com
informações O Povo Online
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