Ex-presidente Lula na 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom) |
Ao
defender os programas sociais do seu governo e da presidente Dilma Rousseff, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (05/11) que “contra projeto
conservador” poderá estar na campanha presidencial de 2018: “Falta três anos
para as eleições. Deus queira que possam aparecer quatro, cinco, seis
candidatos, mas uma coisa eu vou dizer: se tiver concorrendo contra nós um
projeto conservador, que tenha como objetivo acabar com as conquistas desse
país, eu estarei na campanha”.
O
ex-presidente criticou a possibilidade de cortes no programa Bolsa Família por
parte do relator do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), que
propôs redução de R$ 10 bilhões de reais. “O relator do Orçamento quer tirar
dinheiro do Bolsa Família e eu fiquei pensando o que pensa uma pessoa que não
tem noção do que significa pouco mais de R$ 100 reais na mão das famílias mais
pobres”, criticou Lula. “Essa pessoa não teria outro caminho no Orçamento e, em
vez de cortar dos pobres, cobrar mais dos ricos?”, questionou o ex-presidente.
O
ex-presidente falou no encerramento da 5ª Conferência Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional (Consea), que reuniu em Brasília cerca de duas mil
pessoas de todas as regiões do país e debateu a elaboração de políticas
públicas de segurança alimentar, além de aprofundar o debate sobre a promoção
da alimentação saudável e o combate à obesidade.
O
ex-presidente criticou as acusações de que tenha praticado corrupção durante
seu governo: “Não vou admitir que corrupto nos chame de corrupto. Todos vocês
que ficam nos acusando não têm dez por cento da minha honestidade”, afirmou.
Segundo
Lula, a oposição finge que a corrupção é algo recente. O ex-presidente disse
que é preciso defender o governo de Dilma e esclarecer a população que, somente
a partir do seu governo os casos de corrupção começaram a ser investigados
sistematicamente. “É importante que a gente diga para eles que a corrupção só
está aparecendo agora e não é por que ela não existia antes, mas é porque tem
governo que a está combatendo”, afirmou.
Lula
também disse que não iria “permitir” a tentativa de impeachment de Dilma e que
é preciso “respeitar a democracia”. “Vocês viram que lá na frente do Congresso
tem um acampamento da turma que quer o impeachment da Dilma. Temos que dizer
para essa gente que eles têm o direito de ser contra. Agora, se eles querem ter
um presidente da República aprendam a respeitar a democracia”, declarou. “É
preciso respeitar o mandato. Eu perdi três vezes e todas as vezes que eu perdi,
eu respeitei o resultado”, acrescentou.
Lula
lembrou sua trajetória de sindicalista e disse que teve “paciência” até chegar
à presidência. “Tive paciência para construir a CUT, para construir o PT, para
perder três eleições e tivemos paciência para governar. Eu duvido que tenha
tido na história desse país um governo mais tolerante do que o meu”.
Lula
também fez um balanço de algumas ações do seu governo e disse que o projeto do
PT incomoda por ter dado espaço ao povo: “Incomoda a muita gente saber que
existe nesse país um governo que representa um projeto que é capaz de chamar as
pessoas para decidirem que tipo de políticas públicas; incomoda a muita gente
que, nesses 12 anos de governo e de projeto, a gente ter sido o governo que
mais fez universidade na história desse país”, disse.
Com
informações Agência Brasil
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