Faz
sentido estratégico o claro esforço que Ciro Gomes desenvolve para tirar
proveito do momento de muitas dúvidas que apresenta a política, especialmente a
nacional.
O
eleitor, e o cidadão brasileiro, anda à procura de uma novidade capaz de lhe
devolver a esperança no País, no futuro e, até, na própria democracia.
A
questão é que cabem dúvidas, e muitas, em relação à possibilidade do
ex-governador cearense vir a ser, de fato, um potencial beneficiário da
polarização fraticida que hoje protagonizam petistas e tucanos, com seus
coadjuvantes espalhados por siglas que assumiram caráter secundário na disputa
insana pelo Poder instalada no Brasil dos últimos anos.
O
fato de atualmente não ocupar cargo público é insuficiente para fazer de Ciro
um estranho à política desgastada e aos partidos igualmente desgastados.
Sua
longa e dinâmica trajetória de filiações partidárias, as duas barulhentas
candidaturas à presidência da República, a produtiva passagem pelo ministério
na primeira gestão de Lula e o medíocre desempenho como deputado federal pelo
Ceará entre 2007 e 2010, enfim, o que junta de histórias na política faz dele,
necessariamente, um sujeito geralmente identificado como vinculado ao
tradicionalismo que o momento grave rejeita.
Apesar
do discurso que continua de aparência moderna, da fluência que mantém a mesma
firmeza e da qualidade inquestionável na oratória, Ciro é parte de tudo que
está ai e dificilmente passaria incólume por uma condenação de caráter
generalizadora.
Guálter
George é jornalista e editor-executivo de Conjuntura do jornal O Povo Online
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