Ao
abordar questões de gênero, o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) mostrou coerência com os conteúdos cobrados dos estudantes, na avaliação
do professor e coordenador de Português do Dinatos COC, Patric Moreira.
Na
prova de hoje (25/10), a redação pede que os candidatos elaborem um texto
dissertativo-argumentativo a partir do tema “A persistência da violência contra
a mulher na sociedade brasileira”. Ontem (24), a prova trouxe uma questão sobre
igualdade de gênero na área de ciências humanas, com uma citação da filósofa e
escritora francesa Simone de Beauvoir, que virou tema mais comentado pelos
estudantes.
“É
um assunto muito em voga. Todo mundo vem falando muito desse tema, inclusive de
pensar em igualdade de gêneros. O candidato poderá abordar isso e também
refletir por que a mulher ainda sofre tanta discriminação, chegando inclusive a
casos de violência”, disse Moreira à Agência Brasil.
Segundo
o professor, a escolha do tema foi acertada pois o assunto é muito atual e
discutido intensamente nas redes sociais e, por isso, não deve trazer tanta
dificuldade para os candidatos. “Se ele se atentou ao que a prova estabeleceu
ontem, de pensar nessas diferenças, hoje ele estará preparado para abordar o
tema”, comentou.
Moreira
avalia que vai se destacar o candidato que conseguir construir uma proposta de
texto que avance no debate. “A violência vem se reproduzindo desde muito tempo
e o problema é que isso não acaba. De repente, construir uma proposta de
intervenção para este fato é que vai ser o grande diferencial”, disse Moreira.
O
professor destacou que existe legislação sobre violência contra mulheres e que,
portanto, não há novidade em abordar as leis. “Como o tema está falando sobre
persistência, a ideia é de pensar por que isso persiste já que temos uma lei, a
Lei Maria da Penha, que pune os agressores. Então, de repente, além de ter um
processo de fiscalização melhor da Lei, [o candidato] pode pensar em abordar
como a mulher pode se sentir mais à vontade em denunciar essa violência, de não
acobertar”, pontuou.
Para
o professor uma sugestão seria escrever sobre estratégias de como dar mais voz
para as mulheres agredidas, “para que elas consigam ter coragem para ir contra
esses atos violentos, esses opressores”, acrescentou.
Com
informações Agência Brasil
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