Imagem oficial do Santo polonês (Foto: Divulgação/Vaticano) |
Quando as forças de ocupação nazista fecharam a Universidade, em 1939, o jovem Karol teve de trabalhar em uma pedreira e logo em uma fábrica química (Solvay), para ganhar a vida e evitar a deportação para a Alemanha. A partir de 1942, ao sentir a vocação ao sacerdócio, seguiu as aulas de formação no Seminário clandestino de Cracóvia, dirigido pelo Arcebispo de Cracóvia, Cardeal Adam Stefan Sapieha. Ao mesmo tempo, foi um dos promotores do «Teatro Rapsódico», também clandestino.
Após a Segunda Guerra Mundial, continuou seus estudos no seminário maior de Cracóvia, novamente aberto, e na Faculdade de Teologia da Universidade Jagelônica, até sua ordenação sacerdotal em Cracóvia no dia 1º de novembro de 1946. Seguidamente, foi enviado pelo Cardeal Sapieha a Roma, onde, sob a direção do dominicano francês Garrigou-Lagrange, doutorou-se no ano de 1948 em teologia, com uma tese sobre o tema da fé nas obras de São João da Cruz. Naquele período, aproveitou suas férias para exercer o ministério pastoral entre os imigrantes poloneses da França, Bélgica e Holanda.
Em 1948 voltou à Polônia e foi vigário em diversas paróquias de Cracóvia e capelão dos universitários até 1951, quando reiniciou seus estudos filosóficos e teológicos. Em 1953, apresentou na Universidade Católica de Lublin uma tese intitulada «Avaliação da possibilidade de fundar uma ética católica sobre a base do sistema ético de Max Scheler». Depois passou a ser professor de Teologia Moral e Ética Social no Seminário Maior de Cracóvia e na Faculdade de Teologia de Lublin.
Em 4 de julho de 1958, foi nomeado pelo Papa Pio XII Bispo Auxiliar de Cracóvia. Recebeu a ordenação episcopal em 28 de setembro de 1958 na Catedral de Wawel (Cracóvia), das mãos do Arcebispo Eugeniusz Baziak. Em 13 de janeiro de 1964, foi nomeado Arcebispo de Cracóvia pelo Papa Paulo VI, que o fez Cardeal em 26 de junho de 1967.
Além de participar do Concílio Vaticano II (1962-1965), com uma contribuição importante na elaboração da Constituição «Gaudium et spes», o Cardeal Wojtyła tomou parte em todas as assembleias do Sínodo dos Bispos. Desde o começo de seu pontificado, em 16 de outubro de 1978, o Papa João Paulo II realizou 104 viagens pastorais fora da Itália, e 146 pelo interior desse país.
Também, como Bispo de Roma, visitou 317 das 333 paróquias romanas. Entre seus documentos principais se incluem: 14 Encíclicas, 15 Exortações Apostólicas, 11 Constituições Apostólicas e 45 Cartas Apostólicas. O Papa também publicou cinco livros: Cruzando o limiar da esperança (outubro de 1994); Dom e mistério: no quinquagésimo aniversário de minha ordenação sacerdotal (novembro de 1996); Tríptico romano – Meditações, livro de poesias (março de 2003); Levantai-vos! Vamos! (maio de 2004) e Memória e identidade (fevereiro de 2005).
João Paulo II presidiu 147 cerimônias de beatificação – nas quais proclamou 1.338 beatos – e 51 canonizações, com um total de 482 santos. Celebrou 9 consistórios, durante os quais criou 231 (além de 1 in pectore) Cardeais. Também presidiu 6 assembleias plenárias do Colégio Cardinalício. Presidiu 15 Assembleias do Sínodo dos Bispos: 6 ordinárias (1980, 1983, 1987, 1990, 1994, 2001), 1 geral extraordinária (1985), e 8 especiais (1980, 1991, 1994, 1995, 1997, 1998 e 1999).
Nenhum outro Papa encontrou-se com tantas pessoas como João Paulo II: em números, mais de 17.600.100 peregrinos participaram das mais de 1.160 Audiências Gerais que se celebram nas quartas-feiras. Esse número não inclui as outras audiências especiais e as cerimônias religiosas [mais de 8 milhões de peregrinos durante o Grande Jubileu do ano 2000] e os milhões de fiéis que o Papa encontrou durante as visitas pastorais efetuadas na Itália e no restante do mundo. Devem-se recordar também as numerosas personalidades de governo com as quais manteve encontros durante 38 visitas oficiais e as 738 audiências ou encontros com chefes de Estado e 246 audiências e encontros com primeiros-ministros.
João Paulo II faleceu no dia 2 de abril de 2005, sábado, às
21h37min. (horário de Roma), no Palácio Apostólico do Vaticano, vigília do
Domingo in Albis e da Divina Misericórdia, por ele instituído. Os funerais
solenes na Praça de São Pedro e a sepultura nas Grutas Vaticanas foram
celebrados no dia 8 de abril. Seu pontificado, de quase 27 anos, foi o terceiro
mais longo da história da Igreja. Foi o 264º Pontífice da Igreja Católica, o
primeiro de origem eslava.
A
cerimônia de canonização de São João Paulo II deu-se no dia 27 de abril de 2014, dia
em que foi comemorada a Festa da Divina Misericórdia, estabelecida por João
Paulo II. Neste mesmo dia, também foi canonizado o Papa João XXIII, numa
cerimônia conjunta.
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