Acerca
de três anos para as eleições presidenciais, possíveis nomes para a disputa não
parecem agradar o eleitor. É o que mostra a pesquisa feita pelo Ibope
Inteligência entre os dias 17 e 21 de outubro deste ano com 2.002 pessoas de 16
anos ou mais, em 140 municípios.
O
instituto apresentou seis nomes para o pleito de 2018: o ex-presidente Lula
(PT), os ex-ministros Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) e os tucanos Aécio
Neves, José Serra e Geraldo Alckmin. Todos ficaram praticamente empatados nas
respostas dos eleitores à pergunta: “Em quem não votaria de jeito nenhum?”
Lula
é quem aparece um pouco à frente na rejeição, com 55%. O ex-presidente, no
entanto, de acordo com a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos,
empata tecnicamente com o senador José Serra.
Alckmin
e Ciro vêm logo depois, com 52% de rejeição cada, seguidos por Marina, com
exatamente metade do índice. Aécio vem por último, com 47%.
“Não
há novidade, são todos nomes velhos, que não representam mais nada”, analisa o
sociólogo e cientista político da Universidade Federal do Ceará (UFC), Uribam
Xavier.
A
explicação não é a única possível: segundo estudiosos que conversaram como jornal
O POVO, a rejeição pode não ser apenas
aos candidatos, mas estender-se a todo o processo político brasileiro.
Para
Flávio Britto, cientista político e advogado especialista em direito eleitoral
de Brasília, os números mostram uma sociedade “descrente com todo o sistema
político e administrativo do País”.
Segundo
ele, a minirreforma política e os últimos escândalos de corrupção também têm
influência na resposta negativa.
Ambos
citam possível “crise de representatividade”, porque os eleitores não estariam
se sentindo representados pelos políticos.
As
saídas para a rejeição passariam tanto por novos nomes quanto por reformas mais
profundas. Ou, como defende Uribam, uma maior “politização da sociedade, que
viria a longo prazo”.
O
professor, aliás, vai além. Para ele, nada de reforma política. A solução viria
com “novos nomes, nova mensagem, novos formatos do sistema, nova esperança”
para a população.
Sued
Lima, pesquisador do observatório das nacionalidades da Universidade Estadual
do Ceará (Uece) e estudioso de política, é mais cético quanto ao resultado da
pesquisa. De acordo com ele, o resultado da pesquisa “reflete momento em que a
classe política está na berlinda, que dificilmente será permanente”.
Ele
acredita que não há como fugir desses nomes para a disputa e que a rejeição não
vai durar até 2018.
Com
informações O Povo Online
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