Rui Falcão fala durante reunião do Diretório Nacional do PT. (Foto: Lula Marques) |
A
construção da governabilidade no Congresso Nacional em torno do ajuste fiscal “para
o país seguir seu rumo” será a prioridade do PT, disse hoje (29/10) o
presidente do partido, Rui Falcão, após reunião do Diretório Nacional do PT, em
Brasília. De acordo com Falcão, o partido caminhará unido para aprovar as
matérias relativas ao ajuste, priorizando as pautas que o governo encaminhou
para o Congresso Nacional, por exemplo, a aprovação da LDO [Lei de Diretrizes
Orçamentárias], do projeto que trata da repatriação de recursos [no exterior e
não declarados] e a DRU (Desvinculação de Receitas da União).
No
documento aprovado nesta quinta-feira, o diretório sugere mudança na política
econômica do governo. “Nós apontamos algumas sugestões, mas não listamos todas,
até porque o diretório não é a instância para se debater a fundo a política
econômica”, disse Falcão.
Entre
as sugestões, segundo o presidente do PT, estão dar mais ênfase “ao mercado
interno, ao crédito, à redução paulatina da taxa de juros, às pautas de aumento
da arrecadação sugeridas pela bancada de deputado, à aprovação da CPMF [Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira] e à taxação sobre lucros e dividendos
e das grandes fortunas”. Falcão disse que as propostas foram inspiradas em um
documento da Fundação Perseu Abramo, ligada ao partido.
O
PT se posiciona ainda contra cortes nos gastos com programas sociais, como o
Bolsa Família, ou nos investimentos públicos. O partido pede também a
reativação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e que órgão faça
debates com trabalhadores e movimentos sociais, além de debates setoriais com
“cadeias produtivas capazes de gerar empregos”. A iniciativa serviria para
ajudar a construir uma governabilidade que não “se assente só no Congresso Nacional.
“É preciso que haja participação da sociedade para avançar na ideia da
governabilidade social”.
Ao
analisar o cenário político no Congresso, os petistas teceram várias críticas
ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), considerado como um dos
principais líderes da ala conservadora da Casa. “A situação na Câmara priorou,
depois que a ala mais reacionária do PMDB [liderada por Cunha], assumiu uma
liderança de agenda de contrarreformas”, disse.
Perguntado
se o partido pedirá a saída de Cunha, citado pela Procuradoria-Geral da
República como dono de contas secretas na Suíça, Falcão disse que a ação do PT
se restringirá ao Conselho de Ética. “O PT não vai tratar do assunto, só no
Conselho de Ética, lá a bancada do PT votará unitariamente sob orientação da
Executiva Nacional”, afirmou.
Segundo
Falcão, o partido analisou o que chamou de “ofensiva de ódio”, disseminada
contra o PT, as lideranças do partido, a presidenta Dilma Rousseff e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ela é visível nas ruas. O que
aconteceu com o ex-senador [Eduardo] Suplicy, ou com o ex-ministro Guido
Mantega atestam isso. A agressividade contra o PT; essas manifestações que se
fazem contra o PT e o [ex-]presidente [Lula], é uma ofensiva conservadora, é
uma campanha de ódio que nunca tínhamos visto antes no país”, disse.
Para
o presidente do PT, há uma campanha coordenada para fragilizar o ex-presidente
Lula e que teria “núcleos da Polícia Federal, do Poder Judiciário e Ministério
Público”. De acordo com Falcão, as ações contra os petistas se valem de
momentos simbólicos do partido e citou a intimação do filho de Lula, Luiz
Cláudio Lula, na noite do aniversário de 70 anos do ex-presidente. “Intimar uma
pessoa às 23h, pelo que me consta, isso é ilegal”, afirmou.
Com
informações Agência Brasil
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