O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ontem (15/10) uma posição “firme” e
contundente” da bancada do PT na Câmara contra as investidas da oposição para
pedir o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, conforme informou o líder do
partido na Casa, Sibá Machado (AC)
Lula
se reuniu na tarde desta quinta-feira com os deputados petistas. De acordo com
o líder, o ex-presidente orientou a bancada a partir para o enfrentamento com a
oposição.
Ele orientou a bancada a não aceitar, como diz o ditado, “a não
levar gato ensacado para casa.” “Não tem essa sobre impeachment. É bateu,
levou. ”
Sibá
Machado afirmou que a oposição não vai “levar o golpe na caneta”. Ele
classificou como vexatória a tentativa da oposição de afastar Dilma por conta das
chamadas pedaladas fiscais. O líder defendeu a prática do governo com o
argumento de que ela serviu para garantir o pagamento de benefícios sociais,
como o Bolsa Família.
Segundo
Sibá, Lula fez um chamado para que o partido não trate o tema do impeachment
como “brincadeira”. Segundo ele, o partido vai se “arregimentar para o embate
que for necessário” com a oposição, além de envolver a sociedade e movimentos
sociais no tema.
Machado
avaliou o encontro como “muito positivo” e negou que Lula tenha vindo a
Brasília para costurar um acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), para que ele não leve adiante o pedido de impeachment feito pela
oposição."Não sei de onde está vindo esse tipo de conversa."
Sibá
informou ainda que não há qualquer orientação para que a bancada do PT atue no
Conselho de Ética de modo a blindar Cunha na representação protocolada pelo
PSOL e Rede Sustentabilidade na terça-feira (13).
“Esse
assunto [blindagem a Cunha] nós nem estamos tratando. A comissão [para
investigar o presidente da Câmara] vai se instalar e quem está lá no Conselho
de Ética sabe das responsabilidades que tem. Não terei esse tipo de conversa
com minha bancada, com os que estão lá”, acrescentou Machado.
De
acordo com o petista, o encontro de Lula com a bancada teve por objetivo
debater o cenário político, mas não tinha uma pauta específica. A reunião teve
participação de 12 integrantes da bancada. “Sempre temos esse bate-papo com a
bancada, sem pauta ajustada previamente, quando Lula vem a Brasília.
Após
o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negar acordo com o governo
para arquivar pedidos de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também afirmou que não promove
articulações com Eduardo Cunha.
Por
meio de nota à imprensa, o Instituto Lula informou que o ex-presidente
"não participa nem estimula qualquer articulação para supostamente
'proteger' o presidente da Câmara em procedimento do Conselho de Ética".
Após
a Procuradoria-Geral da República confirmar que Eduardo Cunha e familiares têm
contas na Suíça e que teriam recebido dinheiro fruto do esquema de corrupção na
Petrobras, o PSOL e a Rede entraram com pedido de cassação do deputado no
Conselho de Ética.
"Lula
não manteve encontros ou reuniões neste sentido com parlamentares do PT nem com
políticos de outros partidos. O ex-presidente considera que este assunto
compete ao Legislativo e ao Judiciário, dentro da lei e da Constituição",
concluiu a nota do instituto.
Com
informações Agência Brasil
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