Presidente da CUT, Dilma e Lula no Palácio das Convenções do Anhembi (Foto: Roberto Stuckert Filho) |
Ao
discursar na abertura do 12º Congresso da CUT na noite de ontem (13/10), no
Palácio das Convenções do Anhembi, zona Norte de São Paulo, a presidenta Dilma
Rousseff criticou os que querem o seu impeachment. Numa plateia em que estavam
presentes, o ex-presidente Lula, o ex-presidente do Uruguai José Mujica e o
presidente do PT, Rui Falcão, Dilma defendeu o seu mandato.
"Quem
tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a
minha honra?", indagou. "Lutarei para defender o mandato que me foi
concedido pelo voto popular, pela democracia e por nosso projeto de
desenvolvimento", disse. “O golpe, que todos os inconformados querem
cometer, é, mais uma vez também, como sempre foi neste país, um golpe contra o
povo. Mas podem ter certeza: não vão conseguir. Não irão conseguir”,
acrescentou.
Para
a presidenta, os pedidos de impeachment não têm qualquer materialidade. “Querem
criar uma onda que leve, de qualquer jeito, ao encurtamento do meu mandato sem
fato jurídico, sem qualquer materialidade”, afirmou. De acordo com ela, “o que
antes era inconformismo, agora transformou se no claro desejo de retrocesso
político”.
A
presidenta disse ainda que o discurso golpista não é apenas contra ela, mas
contra o que representa. “Eu tenho consciência de que esse processo não é só
contra mim, é contra um projeto que superou a miséria”. Segundo Dilma, o seu
projeto de governo e o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva complementou
a renda dos mais necessitados, garantiu acesso à casa própria por meio de subsídios
do Estado brasileiro e priorizou a geração de empregos.
Ao
defender o seu governo, Dilma criticou também o que chamou de busca pelo
"terceiro turno". "Vivemos uma crise política séria, séria, no
nosso país. E que, neste exato momento se expressa na tentativa dos opositores
ao nosso governo de fazer o terceiro turno. Essa tentativa de fazer um terceiro
turno no Brasil, ela começou no dia seguinte às eleições. Quando nós ganhamos
as eleições, no dia seguinte começou essa tentativa". disse.
"Espalham
o ódio e a intolerância, e isso é muito grave porque o Brasil tem uma tradição.
O Brasil tem uma tradição de conviver de forma pacífica com a diferença. Nós
somos um país formado por etnias diferentes. Somos tolerantes em relação às
pessoas, ao que elas acreditam, às religiões que adotam. Nós somos
eminentemente um povo que tem um grande componente, que é o fato de sermos
formados das mais diversas etnias. Então, quando você instila ódio, quando você
instila intolerância, você está indo contra valores fundamentais, que formam o
nosso país", acrescentou.
Dilma
falou também sobre a reprovação das contas de 2014 pelo Tribunal de Contas da
União (TCU) e disse que continuará questionando a decisão do TCU. “Nós, por
exemplo, continuaremos questionando os termos da análise das contas realizadas
pelo TCU. Tenho certeza de que, com calma e usando amplo direito de defesa, com
completa transparência, teremos uma decisão equilibrada do Congresso Nacional.
O que chamam de 'pedaladas fiscais' são atos administrativos que foram usados
por todos os governos antes do meu. Eu quero deixar claro que nós não tivemos,
nesses atos, nenhum interesse a não ser realizar nossas políticas sociais e
nossas políticas de investimentos”, afirmou.
A
presidente disse ainda que o governo vem fazendo um grande esforço para manter
as conquistas, "para não haver retrocesso". "Dizem que nós não estamos fazendo nada. Não é verdade.
Mesmo neste ano, em que cortamos despesas e enfrentamos dificuldades, é
importante aqui falar alguns números que mostram que nós continuamos,
sistematicamente, perseguindo aquilo que é o nosso compromisso básico".
"Estamos
criando 1 milhão e 300 mil vagas no Pronatec, para trabalhadores, trabalhadoras
e jovens estudantes. Nós mantivemos a política de valorização do salário mínimo
até 2019. Criamos a política de proteção ao emprego, para diminuir o impacto da
crise sobre os trabalhadores - a partir, aliás, de uma proposta que nos foi
apresentada pela CUT. Entregamos já 280 mil moradias. Até o final do ano, neste
ano de 2015, entregaremos 360 mil moradias",
O
ex-presidente Lula, também presente no evento, afirmou que é preciso mais do
que contestar para ajudar o país a sair da situação em que se encontra. Ao
elogiar o discurso da presidenta, Lula disse: “hoje nós deixamos de ter apenas
uma presidenta para ter uma líder política neste país”.
Segundo
ele, a oposição não quer permitir que Dilma trabalhe e governe. Lembrou que a
presidenta tem mais de três anos, segundo ele, muito tempo para cumprir o que
prometeu durante a campanha eleitoral. “Ela sabe dos compromissos que tem”, disse.
Com
informações Agência Brasil
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