O
líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, afirmou, ontem (31/08), que o
partido não aprovará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece
brecha de 30 dias, em anos eleitorais, para que deputados e vereadores mudem de
partido sem sofrer sanções.
O projeto recebeu o nome de “janela partidária” e,
após ser aprovado na Câmara em duas votações, tramita, agora, no Senado.
Eunício
é defensor da fidelidade partidária. Ele critica a Câmara por apoiar a PEC, mas
ser contra o fim das coligações partidárias, por exemplo. “Por convicção, tenho
dificuldade em ver como positivo esse troca troca de partido”, afirma Eunício.
“Tem gente que a cada eleição vai para um partido diferente, isso não é
construtivo para a política brasileira”, ressalta o peemedebista.
No
Ceará, a PEC será fundamental para uma das maiores migrações partidárias: a do
grupo político do ex-governador Cid Gomes, que negocia saída do Pros para o
PDT. O próprio PMDB deve sofrer baixas no Estado a partir da janela. O deputado
federal Danilo Forte (PMDB), que articula ida para o PSB, pode perder o mandato
caso a PEC não seja aprovada e ele deixe o PMDB sem causa estabelecida pelas
regras eleitorais.
Eunício
não quis tratar casos específicos de mudanças de sigla. No entanto foi enfático
ao declarar a posição do seu partido: “não esperem o apoio do PMDB no Senado”.
Segundo ele, além do PMDB ,outros partidos, como o PSB, já se manifestaram
contra.
A
postura do senador causou incômodo no PMDB do Ceará. Danilo Forte destacou que
a posição do partido na Câmara foi a favor da janela. “Nesses momentos
críticos, como o que o País passa, com o fim do ciclo do PT, você tem que abrir
espaços para as forças se readequarem. E essa foi a interpretação do partido”,
disse Forte. Ele lamentou a postura do senador e disse que ele “nunca foi de
perseguir ninguém”.
O
deputado federal Domingos Neto (Pros) reiterou a posição da Câmara em favor da
proposta. “Não nos cabe opinar sobre as decisões da outra Casa, mas a posição
da Câmara já ficou clara”, destacou. Possível beneficiado pela PEC, caso
aprovada, o parlamentar frisa que será necessário aguardar a votação no Senado
para tomar decisões.
A
“janela da infidelidade” integra o rol de propostas da reforma política. Sem a
brecha, quem decidir mudar de partido pode perder o mandato. A Lei Eleitoral
permite a mudança apenas em casos de incorporação ou fusão de partidos, criação
de legenda, grave discriminação pessoal ou mudança substancial do programa
partidário.
Com informações O Povo
Online
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