Plenário da Câmara Municipal de Altaneira (Foto: Junior Carvalho) |
Não
me lembro de outra Sessão Ordinária Câmara Municipal de Altaneira, que não a de
ontem, (18/09) com o voto político partidário tão eminente. Quem assistiu, já
que o povo não teve oportunidade de ouvir pelo rádio, testemunhou uma tempestade de
partidarismo.
Tudo
começou com a Questão de Ordem levantada pela vereadora Zuleide de Oliveira
(PSDB) pedindo o arquivamento do projeto de lei dos temporários, alegando o
princípio da anuidade presente na Constituição Federal e na Lei Orgânica do
Município.
Apesar
da advertência do vereador Gilson Cruz (Sem Partido) de que caso atendesse tal pedido
a responsabilidade recairia sobre ela, a presidente acatou a Questão de Ordem
com o frágil argumento de que: “como atendi o pedido de vista de Flávio,
irei atender o pedido de Zuleide, e a responsabilidade é do Prefeito”.
Ora
o pedido de vista é regimental, já o arquivamento desse tipo não. Se o projeto
fere algum dispositivo constitucional ou da Lei Orgânica deveria ser verificado
no recebimento do projeto e não ter tramitado durante 40 dias gerando
expectativas na comunidade.
A
decisão da presidente desmoraliza a Comissão Permanente, seu relator que
admitiu e apresentou Parecer sobre o projeto assim como todo o Poder
Legislativo, mas não é nenhuma novidade a presidente passar por cima das leis
com a conivência do bloco da maioria.
Outro
projeto votado sem o mínimo de razão e somente por questões partidárias foi o Projeto
de Resolução do vereador Deza (Solidariedade) que disciplinava que as votações
sejam nominais e não representativas quando os líderes encaminharem de forma divergentes.
Na prática o projeto serviria para quem acompanha pela Rádio e Internet saber
quem votou a favor e quem votou contra. O bloco da maioria em claro, momento de
desespero (é esta a única justificativa, eles não querem que os ouvintes saibam
como eles votam) rejeitaram a matéria.
Dois
requerimentos do vereador Flávio foram rejeitados, um pedia a ida do Contador
da Câmara à Tribuna e outro pedia cópia dos contratos temporários da Câmara nos
últimos 5 anos. Quanto ao contador nenhum parlamentar do bloco da maioria
discutiu nada, mas todos votaram contra. Somente Lélia (PCdoB) disse que o
Contador atenderia se ele fosse pedir pessoalmente. Quanto aos contratos, o
líder Adeilton queria vincular a aprovação do requerimento a uma emenda pedindo
os contratos do executivo. Flávio negou qualquer tipo de negociata com o líder.
Na defesa do requerimento Flávio falou que o último concurso realizado na
Câmara foi no ano de 1990. O projeto foi rejeitado com os votos da maioria.
Fica nítido que a cobrança pelo concurso do Executivo é grande, mas a maioria
não pensa em fazer concurso para o Legislativo.
Deza
disse que é lamentável a proposta de condicionar aprovações. Já Flávio disse
que é necessário fiscalizar ambos os poderes, executivo e legislativo, e que se
tentam esconder informações é por que há algo de errado.
No
Tema Livre, Zuleide disse estar preocupada com a Seca e com a crise econômica
que o país vive e que já está afetando a nossa cidade. Flávio disse que não
entendia como a vereadora poderia estar preocupada se pediu para tirar de pauta
um projeto que distribuía cerca de 100 empregos dentro do município.
Já
o vereador Adeilton, usou o seu tempo para cobrar cópia da licitação da Festa
de Outubro e alegar que o valor licitado para tal evento é muito alto.
Denunciou irregularidades com recursos do Projeto Mais Educação e disse que
iria requerer os conselheiros do Fundeb explicações. Flávio disse que se fosse
pouco investimento na festa o líder estaria reclamando também, e que era
favorável a ida dos conselheiros para clarear as informações.
Deza
disse que é uma vergonha para uma Câmara de Vereadores usar “dois
pesos e duas medidas, só por vontade de grupo”. E que a maioria sempre
vota contra a transparência do Legislativo.
Flávio
disse que é a favor de investigação, tanto que está participando das reuniões
da CPI da Reciclan mesmo sem ser membro. Mas que propôs uma CPI e esta foi
engavetada por que é contra a administração do Legislativo. Disse que tem
documentos duvidosos, inclusive extratos bancários do mesmo dia que não
coincidem.
Em
tempo, o Vereador Deza disse que provavelmente as sessões voltem a ser
transmitidas pela rádio a partir da próxima semana já que os projetos de
interesse do povo já passaram. E a Presidente se referindo a alguns cheques da
câmara pediu para Junior Carvalho, que na época era tesoureiro da Câmara
confirmar uma informação, Junior estava no plenário e prontamente confirmou a
informação, o mais interessante é que este é Assessor de Comunicação do
Executivo hoje e pediu espaço na tribuna da Câmara e este ainda não foi
atendido.
É
notável que quando votam os vereadores não pensam na comunidade, somente nos
seus interesses pessoais e partidários. Não consigo imaginar como eles acham
normal votar contra a transparência sem ao menos dar uma justificativa. Não consigo
imaginar como passam mais de um mês com um projeto para então verificar a
inconstitucionalidade. Não consigo imaginar como esses vereadores irão pedir
votos para suas reeleições.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.