Lula em discurso no lançamento do Memorial (Foto: Ricardo Stuckert) |
O
Memorial da Democracia, um portal na internet que apresenta informações
históricas sobre as lutas e as conquistas na área social e de direito do país,
foi lançado nessa segunda-feira (01/09), na capital paulista, pelo Instituto Lula,
com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O
projeto foi concebido por uma equipe de jornalistas, historiadores, artistas e
pesquisadores, e ainda está em construção. Ao todo serão 11 módulos, do Brasil
colônia ao século 21. Inicialmente, o site traz dois módulos sobre os períodos
mais recentes da história do Brasil.
O
primeiro, de 1964 a 1985, registrou a resistência dos brasileiros contra a
ditadura militar, o terror do Estado e a retomada das lutas sociais. O segundo
módulo, de 1985 a 2002, mostra a reconquista da democracia, a luta popular por
direitos e a agenda social do país.
O
presidente do instituto, Paulo Okamotto, disse, durante a cerimônia de
lançamento, que é importante apresentar a história do país na visão dos
trabalhadores. Ele destacou que a democracia, cuja luta está retratada no
memorial, significa liberdade, tolerância e também combate à corrupção.
O
ex-presidente da República informou que partiu de Fernando Haddad, atual
prefeito de São Paulo, a ideia da construção de um Memorial da Democracia e que
gostaria que fosse sediado na capital paulista. Na época, o então prefeito
Gilberto Kassab, chegou a ceder um terreno para a construção, o que foi
aprovado pela Câmara Municipal. Porém, segundo Lula, o Ministério Público (MP)
entrou com processo que impedia a utilização do terreno.
“Nós
estamos aguardando para saber se vamos ganhar esse processo na Justiça para
pensarmos em fazer uma arrecadação de dinheiro, que está muito difícil, para
podermos fazer nosso memorial”, disse o ex-presidente.
Lula
explicou que, enquanto não há o espaço físico para construção do projeto, o
instituto fez um memorial virtual, para que a sociedade possa, desde agora,
acessar textos, fotos, charges, desenhos, cartazes, panfletos e documentos,
fac-símiles de notícias da imprensa, exemplares virtuais de jornais, áudios com
trechos de canções e discursos, segmentos de filmes e vídeos.
“A
democracia não é uma coisa simples de compreender. A democracia não é uma coisa
que está dada, ela precisa ser trabalhada. São valores que nós precisamos
convencer as pessoas todo dia, porque, às vezes, elas só se dão conta da
importância da democracia quando perdem a democracia”, disse Lula.
O
ex-presidente enumerou vários direitos que a sociedade perdeu na ditadura
militar: “Perdemos muita coisa. Tínhamos as ligas camponesas; que foram
proibidas de existir; tínhamos dezenas de milhares de sindicalistas, que foram
presos; tivemos dirigentes sindicais que perderam seus direitos políticos;
tivemos milhares de trabalhadores demitidos por razões de segurança nacional,
que passavam a fazer parte de uma lista negra e não arrumavam emprego em lugar
nenhum”.
Com
informações Agência Brasil
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