Vista parcial da cidade de Farias Brito (Foto: Cesar Filho) |
O
vizinho Município de Farias Brito é um dos 34 que, em dez anos, tiveram
diferença negativa de habitantes, segundo as estimativas de população do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicadas no fim de
agosto. Assim como o antigo Quixará dos 34 municípios que diminuíram a população, 20 têm menos de 20 mil habitantes.
Especialistas apontam a falta de oportunidades de emprego e
serviços como a principal justificativa para o decréscimo.
Na
outra ponta da projeção, em geral, as cidades médias são as que mais crescem
desde 2010. No período, a população do Ceará cresceu 0,7%. O movimento
evidencia um processo de migração interna no Estado, sintetiza Cleyber
Nascimento, analista de Políticas Públicas do Instituto de Pesquisa e
Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). “As pessoas procuram áreas maiores para
serem atendidas por serviços públicos e terem melhores condições de trabalho”.
Outro
motivador da migração, ressalta Cleyber, é a estiagem prolongada. Dos 34
municípios que mais “encolheram”, pelo menos 13 têm mais da metade da população
na área rural. Como consequência do menor adensamento populacional, ele aponta,
as economias destas cidades têm prejuízos. Já as que recebem essas pessoas têm
de estar preparadas para o inchaço da imigração.
O
IBGE leva em conta dados estatísticos observados no Censo anterior (2010) para
lançar a estimativa. Entre as variáveis, indica Francisco José Moreira Lopes,
chefe da unidade do instituto no Ceará, estão taxas de natalidade e de
mortalidade. Mudanças de limite de municípios também são fatores que
influenciam as flutuações demográficas. Este, inclusive, é o motivo que
gestores municipais apontam como causa das quedas.
Com
a diminuição oficial, alguns municípios estariam perdendo recursos do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), que é calculado com base no tamanho da
população.
Para
evitar prejuízos, explica o chefe do IBGE no Ceará, as prefeituras têm 20 dias
a partir da publicação da estimativa (28 de agosto) para apresentar recurso. Em
seguida, o documento é encaminhado para o Tribunal de Contas da União (TCU)
para que os índices sejam estabelecidos.
Para
os especialistas com economia baseada especialmente na agricultura (a outra
grande geradora de emprego é a prefeitura), os jovens não encontram mercado nessas
cidades e seguem para outros municípios.
Municípios
com maior redução:
De 2014 a 2015
1) Guaramiranga
(3.720) -2,41%
2) Granjeiro
(4.494) -0,82%
3) S.
J. do Jaguaribe (7.721) -0,68%
4) Tarrafas
(8.899) -0,27%
5) Aratuba
(11.358) -0,53%
6) Quixelô
(14.949) -0,32%
7) Porteiras
(15.010) -0,32%
8) Farias
Brito (18.861) -0,40%
9) Reriutaba
(19.015) -0,68%
De 2005 a 2015
1) Guaramiranga
-37,77%
2) Granjeiro
-20,33%
3) Reriutaba
-19,70%
4) Aratuba
-15,71%
5) São
João do Jaguaribe -14,65%
6) Farias
Brito -14,27%
7) Morada
Nova -8,75%
8) Milagres
-8,43%
9) Chorozinho
-7,38%
10) Parambu
-7,13%
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