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22 de agosto de 2015

57% dos cearenses estão acima do peso

As mulheres cearenses acima do peso chegam a 57,6%, enquanto os homens com sobrepeso representam 56,6% no Estado (Sara Maia)
Dados divulgados ontem (21/08) pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), feita pelo Ministério da Saúde (MS) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com referência em 2013 apontam que os 57,1% dos cearenses acima de 18 anos com excesso de peso (quando o IMC é igual ou maior que 25 kg/m²). Pelo estudo, o Ceará é o décimo estado do País em número de pessoas com sobrepeso. As mulheres cearenses acima do peso chegam a 57,6%, enquanto são 56,6% os homens do Estado com sobrepeso. Os cearenses obesos já são 18,7%. 

Os números do Estado ultrapassam os índices nacionais, que apontam 56,9% dos brasileiros acima de 18 anos com sobrepeso. Ao todo, são 82 milhões de pessoas no País. O MS credita a mudança de hábitos alimentares (aumento do consumo de industrializados em detrimento da dieta base dos brasileiros, que é arroz e feijão) para que o índice desse um salto em dez anos. Em 2003, o número de pessoas acima do peso no País era de 42%.

A pesquisa aponta que a obesidade atinge mais as mulheres do que os homens. Uma em cada quatro brasileiras (24,4%) estão obesas. Esse índice era 14% em 2003. Entre os homens, o percentual é de 16,8%. No Ceará, 20,9% das mulheres e 16,3% dos homens estão obesos.

A massa de gordura abdominal também foi alvo da PNS. Mais da metade das mulheres no Brasil (52,1%) e no Ceará (54,3%) apresentaram obesidade abdominal - com cintura acima de 88 centímetros, segundo parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre os homens, 21,8% dos brasileiros e 20,2% dos cearenses têm a cintura acima de 102 cm, o que aponta circunferência aumentada no caso masculino.

O sobrepeso, de acordo com Renan Montenegro, médico endocrinologista, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, está ligado a fatores genéticos, sedentarismo, deseducação alimentar e estresse. “Outros pontos que podem ser levados em conta é como a mobilidade urbana está construída -aumento o hábito de se locomover, mesmo pequenas distâncias de carro -, e a carga de impostos em alimentos diets e light que poderiam ser menos tributados”, diz.

Os hábitos alimentares de crianças de até dois anos também são citados pela PNS. O estudo inédito revelou que 60,8% das crianças brasileiras e 58,5% das nordestinas com menos de dois anos comem biscoitos, bolachas e bolos e que 32,3% das brasileiras e 25,5% das nordestinas tomam refrigerantes ou suco artificial.

“O excesso de peso é um problema grave, porque é um fator de risco para doenças do coração e outros problemas crônicos. É fundamental trabalharmos o incentivo à prática de exercícios e alimentação saudável desde cedo com as nossas crianças para reverter esse quadro. As crianças, muitas vezes, ajudam na conscientização e mudança de hábito dos pais”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Com informações O Povo Online

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