As mulheres cearenses acima do peso chegam a 57,6%, enquanto os homens com sobrepeso representam 56,6% no Estado (Sara Maia) |
Dados
divulgados ontem (21/08) pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), feita pelo
Ministério da Saúde (MS) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), com referência em 2013 apontam que os 57,1% dos cearenses acima de 18
anos com excesso de peso (quando o IMC é igual ou maior que 25 kg/m²). Pelo
estudo, o Ceará é o décimo estado do País em número de pessoas com sobrepeso.
As mulheres cearenses acima do peso chegam a 57,6%, enquanto são 56,6% os
homens do Estado com sobrepeso. Os cearenses obesos já são 18,7%.
Os
números do Estado ultrapassam os índices nacionais, que apontam 56,9% dos
brasileiros acima de 18 anos com sobrepeso. Ao todo, são 82 milhões de pessoas
no País. O MS credita a mudança de hábitos alimentares (aumento do consumo de
industrializados em detrimento da dieta base dos brasileiros, que é arroz e
feijão) para que o índice desse um salto em dez anos. Em 2003, o número de
pessoas acima do peso no País era de 42%.
A
pesquisa aponta que a obesidade atinge mais as mulheres do que os homens. Uma
em cada quatro brasileiras (24,4%) estão obesas. Esse índice era 14% em 2003.
Entre os homens, o percentual é de 16,8%. No Ceará, 20,9% das mulheres e 16,3%
dos homens estão obesos.
A
massa de gordura abdominal também foi alvo da PNS. Mais da metade das mulheres
no Brasil (52,1%) e no Ceará (54,3%) apresentaram obesidade abdominal - com
cintura acima de 88 centímetros, segundo parâmetros da Organização Mundial de
Saúde (OMS). Entre os homens, 21,8% dos brasileiros e 20,2% dos cearenses têm a
cintura acima de 102 cm, o que aponta circunferência aumentada no caso
masculino.
O
sobrepeso, de acordo com Renan Montenegro, médico endocrinologista, professor
da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, está ligado a
fatores genéticos, sedentarismo, deseducação alimentar e estresse. “Outros
pontos que podem ser levados em conta é como a mobilidade urbana está
construída -aumento o hábito de se locomover, mesmo pequenas distâncias de
carro -, e a carga de impostos em alimentos diets e light que poderiam ser
menos tributados”, diz.
Os
hábitos alimentares de crianças de até dois anos também são citados pela PNS. O
estudo inédito revelou que 60,8% das crianças brasileiras e 58,5% das
nordestinas com menos de dois anos comem biscoitos, bolachas e bolos e que
32,3% das brasileiras e 25,5% das nordestinas tomam refrigerantes ou suco
artificial.
“O
excesso de peso é um problema grave, porque é um fator de risco para doenças do
coração e outros problemas crônicos. É fundamental trabalharmos o incentivo à
prática de exercícios e alimentação saudável desde cedo com as nossas crianças
para reverter esse quadro. As crianças, muitas vezes, ajudam na conscientização
e mudança de hábito dos pais”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Com
informações O Povo Online
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