Prefeitos
reunidos em Assembleia na Capital para definir paralisação das prefeituras (Foto: Arquivo Aprece)
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Se
saem hoje atrás de mais repasses federais, boa parte dos prefeitos do Ceará
ainda não fazem o “dever de casa” e mantém a arrecadação própria do Município quase
inexpressiva. Às vésperas de uma paralisação de prefeituras contra cortes da
União, o jornal O POVO apurou que pelo menos 92 gestões não arrecadaram no ano
passado sequer R$ 20 mil com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Nesta
sexta-feira (31/07), municípios farão ato por mais recursos e paralisarão diversas
atividades, como coleta de lixo, serviço não emergencial de saúde, delegacias
de trânsito etc. Para ajustar o ato, que promete ter até 150 adesões, cerca de
80 prefeitos e representantes se reuniram ontem na Associação dos Municípios do
Ceará (Aprece).
Se
cobrança por maiores repasses do Estado e União aumentou, foram poucas as ações
das prefeituras para garantir maior independência dos municípios. Com o
“patrocínio” quase sempre certo do Governo Federal, gestões não ampliam a
capacidade de arrecadação própria.
A
questão se reflete no IPTU, uma das principais fontes próprias dos cofres. Em
Meruoca, na Região Norte, o imposto somou, por exemplo, apenas R$ 4,3 mil em
2014. Já a arrecadação total ficou em R$ 30,3 milhões, quase toda preenchida
por repasses da União. Apesar da baixa arrecadação própria, o prefeito
Aristides (PT) afirma que Meruoca também enfrenta situação “grave” e entrará no
pleito por recursos federais.
Secretário
de Relações Institucionais do Estado, Nelson Martins (PT) defende que prefeitos
cobrem maiores repasses, mas disse que a questão da arrecadação própria deveria
ser mais debatida entre gestores. “Esse debate precisa ser feito com muita
transparência”, disse Nelson, que estava presente no evento de ontem. Segundo
ele, prefeitos se reúnem hoje com o governador Camilo Santana (PT) para tratar
de repasses.
Consultor
econômico da Aprece, Irineu de Carvalho afirma que impostos municipais podem
amenizar a crise nos municípios. Ele destaca, no entanto, que recursos do tipo
não possuem grande potencial em pequenos e médios, como é o caso da maioria das
cidades cearenses. “Só nos grandes centros”, diz.
Dados
integram levantamento do jornal O POVO no portal do Tribunal de Contas dos
Municípios (TCM). Outros impostos municipais, como o sobre Transmissão de Bens
Imóveis (ITBI), tiveram arrecadação ainda mais ínfima.
Com
informações O Povo Online
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