Diante
mais uma baixa na gestão em seis meses de mandato, o governador Camilo Santana
(PT) ainda não se pronunciou sobre a saída de Ivo Gomes da Secretaria das
Cidades. O deputado estadual deixou a pasta na última quinta-feira (16/07) e
deve voltar à Assembleia Legislativa logo após o recesso, em agosto.
Até
que ele retome a vida pública, no entanto, o assunto deverá ter esfriado. A
saída que pareceu inesperada e tinha ares de impulsividade, agora, ganha tom de
premeditação.
De acordo com o amigo e prefeito de Sobral, Clodoveu Arruda (PT),
Ivo escreveu uma carta ao governador, alegando que a retirada tinha motivações
de “ordem pessoal”. “Ele agradeceu a oportunidade e disse que tinha razões
pessoais para deixar a pasta. Isso é autoexplicativo”, conta Clodoveu.
Por
outro lado, na nota divulgada à imprensa, o ex-secretário culpou atrasos de
repasses por sua decisão de deixar o Executivo. Procurada pelo jornal O POVO, a
assessoria do parlamentar informou que ele não comentaria nada além do que foi
publicado em nota oficial.
O
líder do governo na Assembleia, Evandro Leitão (PDT), confirma que o colega
saiu por “questões particulares”, sem dar mais detalhes. “A máquina continua
rodando. Não vejo problema de continuidade nisso”, responde o pedetista, sobre
a possibilidade de racha entre o governo e o grupo dos Ferreira Gomes.
Da
oposição, o deputado estadual Heitor Férrer faz uma análise diferente. Para
ele, o governo tem contrariado secretários, sem dar autonomia e com atraso de
repasses. “Ivo diz o que pensa e faz o que quer. A saída dele representa uma
insatisfação”, argumenta. O parlamentar diz ainda que Camilo não deixaria de
depositar recursos para o irmão de seu mentor, Cid Gomes. “Significa que o
Estado precisa fazer caixa e não tem dinheiro”, afirma.
Até
a noite de ontem, Camilo estava fora do Estado, no Encontro dos Governadores do
Nordeste, em Teresina. Após mudanças nas pastas de Segurança Pública, Esportes,
Relações Institucionais e Controladoria e Ouvidoria, a última perda talvez
tenha sido uma das mais significativas.
Ex-chefe
de gabinete do governo Cid Gomes (Pros), Ivo era um dos últimos elos da gestão
anterior com a atual. A exoneração ainda não foi assinada por Camilo ou
publicada no Diário Oficial do Estado. Segundo a assessoria da Casa Civil, o
adjunto Quintino Vieira responde temporariamente pela pasta. O
ex-superintendente do DER é ligado ao grupo dos Ferreira Gomes.
Com
informações O Povo Online
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