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19 de julho de 2015

O Ceará tipo exportação

Frutas é o segundo principal produto exportado pelo Ceará (Edimar Soares)
Com a economia interna arrefecida, setores passam a voltar-se para o externo e há perspectiva de reverter o período de retração na exportação do Ceará. Dentre as potencialidades que estimulam as vendas para o exterior, estão a boa localização geográfica - próximo da Europa, África e América do Norte, portos do Pecém e Mucuripe, a primeira Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Brasil. 

Na pauta de exportação, destacam-se calçados, que movimentaram, no acumulado do ano, US$ 127,6 milhões, peles e couros com US$ 92,5 milhões, frutas, US$ 70,3 milhões, e gorduras/óleos animais e vegetais, com US$ 36,7 milhões. Os dados são da pesquisa Ceará em Comex de junho, do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN) da Federação das Indústrias do Estado (Fiec).

Mas além das potencialidades, há que se aproveitar também o que o momento oferece, como o dólar acima dos R$ 3, favorável para quem quer exportar. “A partir do momento em que o dólar passou a ser mais valorizado, ficou mais atrativo para que as empresas possam participar do comércio internacional”, enfatiza Marta Campêlo, gestora do projeto de internacionalização das micro e pequenas empresas do Sebrae Ceará.

É bem verdade que a economia mundial passa por momentos de turbulência e as exportações do Estado se retraíram. Para se ter uma ideia, os três principais produtos exportados tiverem queda nas vendas em relação ao ano passado. O segmento de calçados teve redução de 14,6%, peles e couros perdeu 13,8%, a retração nas exportações de frutas foi de 10,9%. No acumulado do ano, o comércio exterior caiu 36,1% e o Ceará figura na 17ª posição entre exportadores do Brasil, ante a 14ª em 2014.

Mesmo assim, os investimentos das empresas no exterior continuam, pois ainda há mercado consumidor por conquistar. O Ceará é o estado brasileiro com maior número de médias empresas exportadoras, com participação de 10,4% no total nacional. Ano passado, 299 empresas do Ceará exportaram cerca de US$ 1,5 bilhão, sendo 52 microempresas, 71 pequenas empresas, 67 médias e 109 grandes.

“Há ainda, portanto, espaço para o crescimento das exportações do Nordeste, de forma que o percentual seja semelhante à participação da região no PIB (Produto Interno Bruto) nacional”, afirma a gerente de Estratégia de Mercados da Apex-Brasil, Ana Paula Repezza.

E para ampliar, diz, tem de haver diversificação da pauta de produtos e destinos, bem como difusão de cultura para qualificar e aumentar o número de empresas exportadoras, alinhado ao Plano Nacional de Exportações (PNE) 2015-2018 do Governo Federal.

Na avaliação de Luiz Roberto Barcelos, diretor institucional da Agrícola Famosa e presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas) a redução da atividade econômica no Brasil favorecerá as exportações. “Sentiremos redução no consumo local. As economias do Velho Continente voltaram a crescer e já estamos sentindo forte demanda pelos nossos produtos. Por fim, o cenário cambial é favorável à exportação”, declara.

Com informações O Povo Online

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