Encontro reuniu filiados do Pros de todo o estado para discutir a situação da sigla no Ceará (Foto: Tatiana Fortes) |
A
reunião dos filiados do Pros no Ceará, na noite de ontem (13/07), no hotel Romanos, em
Messejana, focou na possibilidade de mudança de legenda já para as próximas
eleições. O grupo político dos Ferreira Gomes estuda migrar para o PDT.
Entretanto, o encontro inspirou também profundas críticas dos irmãos Cid e Ciro
Gomes à atuação do PSDB e do PMDB em nível nacional.
Na
ocasião que marcou a reaparição política do ex-ministro da Educação, Cid Gomes,
houve apelo dos líderes por mais unidade ideológica no Pros e rejeição ao que
classificaram como “golpismo” e “fascismo”. “Critico pessoas que se aproximam
do governo para tirar proveito e condicionam seu voto no plenário as benesses
do poder. São o que chamo de achacadores”, afirmou Cid.
Ciro
mira o PMDB, aliado de seu grupo político até o ano passado, quando surgiu um
racha na disputa para governador do Estado. “Estamos seguros que escolhemos
proteger o Ceará do banditismo do PMDB, da ladroagem em quadrilha do PMDB”,
disse o ex-governador. “Me preocupa, na política brasileira, a escalada
fascista e golpista. A gente sente linguagens que não respeitam nem a
diversidade, que é a síntese da convivência”, completou Ciro.
Para
o presidente municipal do Pros, Karlo Kardozo, ex-PSB, o discurso anti-golpe
foi destaque no encontro. “Discutimos o movimento que tenta desestabilizar um
governo legitimamente eleito”, conta.
Diante
da queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) e os escândalos
envolvendo o Partido dos Trabalhadores, como o mensalão e o da Petrobras, Cid
revalidou seu apoio ao Executivo nacional, mas evitou comentar sobre a
manutenção da aliança. “Eu acredito na Dilma, acho que ela é bem intencionada e
séria. Mas o Brasil vive situação em que isso é muito pouco frente às
dificuldades”, declara. Por outro lado, Ciro não esconde o descontentamento e
garante que, se necessário, vai romper com o PT. Ele culpa o partido pela
“escalada fascista” no País. Segundo ele, a desorientação do governo e a
perplexidade da população geraram esse movimento.
“Minha
maior decepção com o PT é a de ter se igualado ao PSDB em conservadorismo
econômico e na imoralidade”, revela, sobre os supostos envolvimentos de ambas
as legendas em casos de corrupção.
A
insatisfação com o Pros, somada ao convite do PDT para integrar a legenda,
criam o ambiente ideal para mais uma troca de partido do grupo político dos
Ferreira Gomes. “Já formalizamos nossa queixa. Ou muda, ou não é possível que
nós permaneçamos”, disse Ciro Gomes à jornalista Kézya Dinis, no blog Política
com K, antes do evento em Messejana. Junto aos dois ex-governadores, Cid e Ciro
Gomes, o prefeito Roberto Cláudio, os presidentes da Câmara Municipal e da
Assembleia, Salmito Filho e Zezinho Albuquerque, também trocariam de legenda.
Filiados
reclamam que o Pros não tem cumprido o acordo de 2013, quando o grupo entrou no
partido, de criar solidez ideológica e dar espaço para articulações. Durante o
encontro com vereadores e prefeitos que pretendem se candidatar em 2016, o
grupo tentou passar segurança sobre consequências de mudança de sigla. De olho
na janela partidária, que não acarretaria em perda de mandato, Ciro afirmou:
“Estamos atentos à legislação para que ninguém saia prejudicado”.
Com
informações O Povo Online
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