Picuinha.
É assim Gaudêncio Lucena (PMDB), vice-prefeito da capital e um dos principais
aliados do senador Eunício Oliveira (PMDB), define o ataque que este sofreu,
via Facebook, do ex-governador Cid Gomes (Pros).
“Tem gente que tem um telhado
de vidro que não tem tamanho”, ironiza, após lembrar que Cid indicou o irmão
mais novo, o hoje secretário das Cidades Ivo Gomes (Pros), para sua Chefia de
Gabinete e o mais velho, o ex-governador Ciro Gomes (Pros), para a secretaria
da Saúde. “Uma mistura de achaque com nepotismo”, classifica.
No
sábado (11/07), Cid postou em sua página no Facebook que “os achacadores não
estão só na Câmara dos Deputados”, compartilhando notícia sobre a nomeação do
advogado Ricardo Fenelon Júnior, genro de Eunício, para diretoria da Agência
Nacional de Aviação Civil. Até o fechamento desta página, a postagem tinha
quase 2.500 “curtidas” e quase 400 compartilhamentos, um deles de Ciro Gomes.
Gaudêncio
defende a indicação de Fenelon que, de acordo com o vice-prefeito, tem
capacidade técnica para assumir o cargo. Fenelon Júnior seria especialista na
área de aviação civil. “Trabalhou até na Nasa”, afirma.
Do
lado cidista, o clima parece mais ameno entre os aliados do ex-governador. Para
quem foi ouvido pelo O POVO ontem à tarde, o comentário não passou disso: um
comentário. “Todo mundo sabe da desavença que há entre o Cid e o senador
Eunício”, declara o deputado federal Domingos Neto (Pros). Ele descarta a
possibilidade de a crítica ter tido objetivo político. “Evento político é a
reunião que vai acontecer amanhã (hoje)”.
O
evento a que se refere o deputado federal é a reunião dos filiados ao diretório
cearense do Pros que acontece na noite de hoje para debater a conjuntura
interna do partido e a possibilidade de uma desfiliação coletiva da legenda.
O
grupo político dos Ferreira Gomes não esconde o desconforto dentro do partido e
os atritos com a direção nacional. Segundo o presidente da Câmara Municipal,
Salmito Filho (Pros), havia um compromisso com os dirigentes nacionais de um
encontro para debater o programa do partido, que os cearenses considerariam por
demasiado direitista. Até o nome da legenda - Partido Republicano da Ordem
Social - foi considerado conservador e sob possibilidade de ser modificado. O
encontro, entretanto, nunca aconteceu.
A
saída, de acordo com Salmito, ainda não está assegurada. Existe a possibilidade
de o diretório cearense partir para um confronto público com a direção
nacional, tentando forçar a convocação do encontro. O ex-líder de Cid na
Assembleia, José Sarto (Pros), porém, considera a permanência improvável,
conforme publicou o jornal O POVO. Mesmo filiados que não dão como certa a desfiliação
admitem que a situação é complicada. O anúncio público das conversas com o PDT
teria servido também como uma forma de tentar abrir o canal de diálogo com a
direção nacional. Não houve sucesso. “Parece que eles nos querem fora do
partido”, diz um integrante da legenda.
Segundo
apurado pela reportagem, Ciro demonstra disposição para a possibilidade do
enfrentamento público. Cid, nas reuniões, não teria verbalizado sua opinião,
mas integrantes do PDT garantem que ele já estaria acertando sua filiação ao
partido.
Uma
das questões a serem solucionadas no caso da desfiliação é a fidelidade
partidária. De acordo com a legislação eleitoral, o Pros não pode pedir o
mandato dos prefeitos, por serem eleitos de forma majoritária, e nem dos
vereadores, que conquistaram a vaga em 2012, quando o grupo ainda era filiado
ao PSB, sendo os socialistas os únicos poderiam fazê-lo. O Pros, porém, pode
acionar a Justiça em relação aos deputados federais e estaduais, eleitos em
2014 já pela legenda.
Com
informações O Povo Online
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