A
saída do secretário estadual da Saúde Carlile Lavor evidencia ainda mais a
crise do saúde pública no Ceará. Em momento crítico, com pacientes abarrotados
nos corredores dos hospitais e surtos de dengue, o cargo continua em aberto.
Em
nota, o governo informou ontem que o secretário-adjunto, Henrique Javi, passa a
responder pela pasta temporariamente.
O
ex-secretário pediu exoneração segunda-feira, (04/05), data em que foi
afastado da administração da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa). O
desligamento deve ser oficializado no Diário Oficial do Estado nos próximos
dias.
“Acho
importante que comece uma nova gestão, mais coordenada. Conversei com a equipe
do governador. Mostrei os problemas para que o próximo gestor já não enfrente
as mesmas dificuldades”, explica Lavor.
Criador
do programa de agentes comunitários de saúde, no fim da década de 1980, Lavor
lamenta a desatualização do Sistema Único de Saúde (SUS). Para ele, a crise do
setor é fruto de um modelo antiquado que não acompanhou a evolução demográfica
do País.
“É
um sistema que tem ser aperfeiçoado. Hoje, já houve redução da mortalidade A
população está maior e mais velha”, argumenta.
Lavor
insiste que o maior problema não é a falta de recursos financeiros, mas a
capacidade de gerir o modelo de forma apropriada e eficaz. Para ele, o foco dos
recursos deve ser a assistência básica.
De
acordo com apuração do O POVO, os nomes mais cotados para assumir a Sesa
seriam: o deputado federal Odorico Monteiro (PT); o seis vezes eleito deputado
estadual José José Sarto Nogueira (Pros); e o atual secretário interino
Henrique Javi, formado em Física pela Universidade Estadual do Ceará (Uece).
O
ex-prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, que atuou como secretário-executivo
da pasta na gestão Cid Gomes, também estaria na lista, mas não comentou o caso.
O
governador Camilo Santana sinalizou o escolhido seria alguém com competências
técnicas para o cargo. Monteiro desmente que tenha sido abordado pelo governo
do Estado. “Não posso comentar, mas não estou sendo cotado para nada”, afirma o
médico petista. Sarto e Javi não foram localizados pela reportagem para
comentar a possibilidade de gerir a Sesa.
Havia
também rumores em torno do cardiologista Carlos Roberto Martins (Cabeto). Antes
do convite a Lavor, ele teria sido convidado a assumir o cargo, mas recusou.
“Não fui sondado para o cargo nem estou acompanhando o desenrolar da história”,
nega Cabeto.
“Estamos
na torcida pra ser um nome tecnicamente preparado”, afirma a presidente do
Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará (Simec), Mayra Pinheiro. Para a
médica, os nomes cotados não agradam a categoria.
Com
informações O Povo Online
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