Reunião ordinária da Comissão de Constituição e Justiça (Foto: Lucio Bernardo Jr.) |
Com
65 deputados presentes na reunião de ontem (22/04), a Comissão de Constituição
e Justiça (CCJ) da Câmara, aprovou por 34 votos a 31 a admissibilidade da
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 299/13, que reduz o número de
ministérios de 39 para 20.
De
autoria do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o texto, que tramita há
dois anos, acirrou polêmicas e adiamentos nos últimos dias, mas um acordo
firmado pelos líderes na semana passada garantiu que a matéria fosse concluída
na comissão. A PEC será analisada por uma comissão especial e depois seguirá
para o plenário da Casa.
Durante
a votação, oposição e base aliada se dividiram e o governo ganhou reforço para
tentar resistir à mudança constitucional. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ),
que normalmente está do lado oposto, defendeu a prerrogativa de qualquer
governo definir o número de ministérios. Segundo ele, esta é uma necessidade e
decisão que precisam ser consideradas dentro de um contexto do país.
“Fizemos
um estudo e, se se extinguirem seis secretarias e mais alguns ministérios, como
o do Turismo do nosso Henrique Eduardo Alves [peemedebista que foi presidente
da Câmara], para chegar a 20 ministérios, se economizaria, do valor empenhado
em 2014, dos gastos, 0,5% deste total”, afirmou.
Alessandro
Molon (PT-RJ) disse que a proposta reflete a disputa política e em várias ações
semelhantes, mas originadas em assembleias legislativas ou câmara de
vereadores, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a medida
inconstitucional. “Queremos fazer economia? Vamos fazer com os números desta
Casa: cortar verba de gabinete. Mas fazer economia com uma emenda que
claramente vai cair no Supremo? A PEC viola a iniciativa reservada do chefe do
Executivo e viola a separação dos Poderes e isso já foi decidido pelo STF”,
criticou.
Representando
a liderança do governo na Câmara, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), reiterou
as críticas ao texto e fez uma alerta à CCJ, que é a comissão responsável pela
decisão sobre a constitucionalidade de matérias. “O debate, nos termos em que
se deu, passou ao lado do mérito constitucional da matéria. Passou a um caráter
político. Aqui está a primeira linha de defesa da Constituição Federal e esta
comissão deve medir sua consequência sobre o voto que vai proferir,” alertou.
O
relator da matéria, André Moura (PSC-SE), afirmou que o projeto não afronta
quaisquer vedações constitucionais. “Não estamos tratando um projeto que
determina que são 20 ministérios. Ele está limitando. Se é inconstitucional,
por que limitarmos, através da Lei de Responsabilidade Fiscal, os municípios ao
limite para folha de pagamento?,” questionou.
Moura
lembrou que o texto foi construído durante o governo anterior e pode ser
aprovado apenas na próxima gestão. “O que precisamos entender e zelar é pela
responsabilidade e condição de dar exemplo de cortar na própria carne. A
proposta não deixa qualquer pendência administrativa. Eis que ministérios e
secretarias podem ser incorporados e, portanto. a matéria não é
inconstitucional.”
PMDB,
PSDB e Solidariedade votaram a favor do projeto. O vice-líder do DEM, José
Carlos Aleluia (BA), também manifestou o voto do partido pela
constitucionalidade apesar de algumas posições contrárias dentro da legenda. “O
partido, no mérito, está unido porque entende que a sociedade não suporta mais
tirar dinheiro do bolso e da bolsa para dar emprego aos aliados da
presidente."
Com informações Agência Brasil
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