A
Quaresma é período que antecedem a principal celebração do cristianismo a
páscoa, entre a quarta-feira de cinzas e o sábado de aleluia. Durante quarenta
dias os cristãos dedicam-se à reflexão, a conversão espiritual e se recolhem em
oração e penitência para lembrar os 40 dias passados por Jesus no deserto e os
sofrimentos que ele suportou na cruz.
A empresária altaneirense Dheva Caldas Lacalle, atualmente
residindo na Espanha, decidiu percorrer um dos caminhos de Santiago de
Compostela, itinerário espiritual e cultural europeu, que é percorrido, por centenas
de milhares de pessoas todos os anos.
“Aproveitei
ao máximo o meu Caminho, ele foi construído a cada momento, sem pressa alguma. Cheguei
a compreender que assim como na vida o Caminho era meu, e eu podia fazer como
quisesse, começar também onde quisesse”, especialmente para o Blog de Altaneira.
Os
caminhos espalham-se por toda a Europa e vão entroncar nos caminhos espanhóis. O
Caminho é geralmente feito a pé, mas também pode ser feito de bicicleta, a
cavalo, ou até de burro.
Dheva
fez o Caminho Mozárabe, segundo ela porque a própria vida a levou até ele. O Caminho
Mozárabe e um Caminho bem primitivo, uma das rotas mais antigas, que era feito
pelos Cristãos que viviam nos reinos Árabes. Eles seguiam essa rota até Galícia
onde fica o sepulcro do Apóstolo Thiago um dos doze Apóstolos de Jesus
Cristo.
É
uma rota Andaluz, sai do Sul ao Norte da Espanha. Segue de Granada até
Finisterre (Conhecido como o fim do mundo). Este caminho não é comum para os brasileiros
que geralmente preferem o Caminho Francês.
“Concordo
com os que dizem que o objetivo maior do Caminho talvez não seja a chegada, a
visita a tumba ou receber a Compostela, mas
o próprio caminhar. Fui
acolhida por pessoas, famílias, estranhos, albergues bancos e praças. Aprendi
que entre chãos e humanos, ambos podem ser igualmente frios ou restauradores...”
escreveu Dheva
A
empresária cita que viveu experiências além da sua imaginação e conheceu outras
versões da saudade. “Como nós, ela pode ser dura, mas juro que tem suas
fraquezas”.
Dheva
disse ainda que a princípio acreditava não precisava de um cajado, que era
apenas um dos símbolos do caminho, que era bobagem de peregrino e se enganou
totalmente, percebeu que o cajado lhe fez falta, pois os pedaços de paus que
encontrava ao longo do caminho machucavam suas mãos e não lhe dava apoio
suficiente.
A
altaneirense relata que não conseguiu acompanhar o seu grupo, pois eles estavam
bem mais preparados fisicamente, mas não desistiu seguiu seu próprio ritmo,
enfrentou o medo e a solidão por quase dois dias.
“Chorei,
meditei, orei, rezei tudo o que eu não tinha rezado até hoje e me perguntava o
que eu estava fazendo ali e que deveria mesmo era ter ido conhecer uma das Sete
Maravilhas do mundo. Infinitas pessoas foram aparecendo e aos poucos tudo foi
mudando ao longo do caminho e compreendendo muitas coisas sobre mim. E sei que
cada vez eu cada vez mais acreditava mais em mim, entendi o que é que é fazer
das fraquezas a força...”
Para
Dheva depois de Santiago, Finisterre representava não somente o fim de uma
jornada, mas também o início de outra: a volta, o reinício, o recomeço, e ela
se sentia mais forte.
Dos
17 dias no caminho, Dheva só lamenta a chegada em Santiago, pois era tarde da
noite e chovia, daí as fotos não ficaram boas.
“Os
rituais não poderiam ser mais significativos: depois de ir até o fim da terra
eu desci até o mar onde devolvi ao Oceano a Concha que carregava no pescoço queimei
minhas roupas de Peregrino, mergulhei numa água gelada e vi o Sol se pôr (ou
morrer) no Mar. E então, voltei pra casa me sentindo renascida” concluiu Dheva.
Confira outras imagens da peregrinação de Dheva Caldas:
Que maravilha! Quando lí o Livro de Paulo Coelho "O caminho de Santiago"
ResponderExcluirfiquei encantada com o percurso por ele relatado.
Parabéns a Dheva que conseguiu momentos tão importantes nessa caminhada