Reunião da Bancada feminina na Câmara dos Deputados (Foto: Richard Silva) |
O
aumento de seis cadeiras na Câmara não animou a atual coordenadora da
Secretaria da Mulher, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG). “É um resultado
decepcionante. Ele mostra que a política de inclusão das mulheres nas
instâncias de poder está falida”, lamentou a parlamentar no dia seguinte às
eleições.
Já
neste ano, Jô Moraes comemorou a eleição de duas mulheres para a Mesa Diretora.
Pela primeira vez na história, duas deputadas ocupam simultaneamente cargos na
Mesa: Mara Gabrilli (PSDB-SP) é a 3ª secretária e Luiza Erundina (PSB-SP) ocupa
a 3ª suplência.
Erundina
é autora de proposta de emenda à Constituição (PEC 590/06) que obriga a Mesa a
ter em sua composição ao menos uma mulher.
O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já se comprometeu com a bancada feminina a
colocar o texto em votação na próxima semana, que é a Semana da Mulher.
No
biênio 2011-2012, a então deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) havia se tornado a
primeira mulher a ocupar um cargo de titular na Mesa Diretora, como 1ª
vice-presidente. Antes, em quatro oportunidades, deputadas tinham sido
suplentes: Lúcia Viveiros (PDS-PA), que foi 3ª suplente de 1981 a 1983; Bete
Mendes (PT-SP), 3ª suplente entre 1985 e 1987; Irma Passoni (PT-SP), 3ª
suplente entre 1987 e 1989 e 4ª suplente de 1991 a 1993.
No
mês passado, Rose de Freitas, que agora é senadora, foi indicada para ocupar a
presidência da Comissão Mista de Orçamento. Se a indicação se confirmar, será a
primeira vez que uma mulher presidirá essa comissão.
O
número de deputadas presidindo comissões permanentes da Câmara também aumentou.
No ano passado, apenas uma comissão era presidida por uma mulher: Alice
Portugal (PCdoB-BA) comandava a Comissão de Viação e Transportes.
A
Lei 12.034/09 tenta ampliar a participação feminina em cargos políticos ao
determinar que 30% das candidaturas do partido para deputados e vereadores
sejam preenchidas por mulheres. Mas Jô Moraes acredita que só uma reforma
política vai democratizar a presença da mulher no Parlamento. “(As cotas) são
feitas de última hora, para os partidos políticos apenas cumprirem a exigência
legal.”
Para
o cientista político Antônio Augusto de Queiroz, assessor parlamentar do
Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), as cotas só terão
validade efetiva quando as eleições ocorrerem com base em um sistema de listas
fechadas e de alternância de gêneros. “Essas mulheres foram eleitas por mérito
próprio, já que os partidos não lhe deram o devido espaço.”
Em Altaneira dos três cargos da Mesa Diretora dois são ocupados por mulheres, a presidente é Lélia de Oliveira (PCdoB) e a vereadora Alice Gonçalves (PSB) ocupa a Secretaria. Na Comissão Permanente também tem a participação da vereadora Zuleide de Oliveira do PSDB.
Com
informações O Povo Online
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