O
ex-governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), apresentou à presidente Dilma o
pedido de demissão do cargo de Ministro da Educação logo após se retirar da
sessão geral da Câmara dos Deputados sobre esclarecimentos às acusações de
"achaque" por parte de parlamentares ao Governo dilmista.
"A minha declaração na câmara, é obvio
que cria dificuldades para a base do governo. Portanto, eu não quis criar
nenhum constrangimento. Pedi demissão em caráter irrevogável" comunicou Cid.
A
queda de Cid, que era da cota pessoal de Dilma, teve o efeito de não aprofundar
ainda mais a crise com o Congresso. Nas últimas semanas, desdobramentos da
operação Lava Jato têm dificultado o diálogo com o Legislativo. Com projetos
polêmicos na fila para votação, a saída do ex-governador do Ceará pode atrair
maior simpatia das bancadas.
O
episódio, no entanto, prejudicou os planos do Planalto de transformar o anúncio
do pacote anticorrupção no início de uma “agenda positiva”. A briga na Câmara
acabou ofuscando a ação.
Na
sessão de ontem, o Planalto esperava que Cid se desculpasse por acusação da
existência de “300 ou 400 achacadores” na Câmara.
Ao
invés disso, Cid reiterou crítica e desafiou o presidente da Casa: “Prefiro ser
acusado de mal educado a ser acusado de achacador, como ele”, disse, apontando
para Cunha.
“Não
vou admitir que alguém que seja representante do Poder Executivo não só agrida
essa Casa, como também agrida a todos os parlamentares”, rebateu Cunha, que
anunciou ainda que processará - em conjunto com a Câmara - Cid.
Presente
à sessão, uma “comitiva” formada por Camilo Santana (PT), Roberto Cláudio
(Pros) e diversos parlamentares cearenses foi retirada do plenário por
determinação de Cunha.
Ao
deixar o Planalto, Cid se disse “feliz” com sua saída. “Eu
estou feliz. Lamento pela educação do Brasil. Lamento porque tem muito o que
fazer.” Aliados Cid negaram ao O POVO que sua saída fosse premeditada. Na
conversa com Dilma, Cid disse não querer “trazer constrangimento” ao governo,
mas que não poderia negar sua fala no caso.
Com
informações O Povo Online
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