A
Assembleia Legislativa do Estado do Ceará e a Câmara Municipal de Fortaleza
aprovaram ontem moções de repúdios com um alvo em comum: o presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
Os textos criticaram a forma como o
parlamentar conduziu a sessão do último dia 18 de março, que teve a presença do
então ministro Cid Gomes (Pros). Ele foi à Casa para prestar esclarecimentos
sobre a acusação, feita no Pará, de que o Parlamento teria de 300 a 400
“achacadores”.
Na
Assembleia, a iniciativa foi encabeçada por Wellington Landim (Pros). Ele, que
esteve presente na sessão em Brasília, disse que o que o motivou a lançar a
proposta foi “a atitude truculenta, antidemocrática e mal-educada do presidente
da Câmara Federal”.
Segundo
o texto aprovado com 25 votos a favor, o comportamento de Cunha foi “de
encontro às prerrogativas dos parlamentares, que ficaram numa situação
constrangedora”. A nota também afirma que os membros do parlamento federal
sempre foram bem tratados em suas passagens pela Assembleia.
Mas
nem todos os presentes na sessão de ontem apoiaram a iniciativa de Wellington.
Houve oito votos contrários. Danniel Oliveira (PMDB) foi um deles. Segundo o
deputado, a aprovação da nota seria “uma atitude de um poder, que é o Poder
Legislativo do Estado do Ceará, contra um outro poder, que é o Poder
Legislativo do Brasil”. Ele disse temer que o texto pudesse prejudicar as
relações com os colegas da Câmara Federal em um cenário que o Ceará precisará
de recursos oriundos de Brasília. “O próprio governador vive em Brasília, com o
pires na mão, atrás de arrecadar qualquer coisa para melhorar a situação do
Estado”, comenta.
É
o tipo de preocupação que seu colega Ely Aguiar (PSDC) compartilha. O
parlamentar também questiona a relevância do tema para o Estado. “Esta Casa
passou vários dias sem sessões. Quando volta, fica discutindo um tema que não
interessa a população”, reclama. Ele também criticou a ida da caravana de
aliados a Brasília - entre eles o governador Camilo Santana (PT) -,
classificada por Eduardo Cunha de “claque”. Na opinião de Ely, acabou-se
esvaziando o poder no Estado.
Zezinho
Albuquerque (Pros), presidente da Assembleia, discordou. Ele confirmou que, de
fato, vários deles foram a Brasília para prestigiar a fala de Cid. Entretanto,
também lembrou que o orçamento havia sido aprovado no dia anterior, e que
vários dos membros do Executivo foram buscar recursos das emendas junto aos
deputados federais. “Como o governador, que já estava lá desde o dia anterior.
E visitou vários ministérios”, exemplifica.
No
Legislativo municipal, o texto proposto por Adail Júnior (Pros) rachou o
plenário. A moção foi aprovada por nove votos a oito, com a bancada do PMDB se
opondo à iniciativa. O presidente da Casa, Salmito Filho (Pros), também esteve
presente na sessão em Brasília com o ex-ministro Cid Gomes.
Com
informações O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.