Em
2015, o Ceará tem 64% de chances de ter chuvas abaixo da média histórica nos
meses de fevereiro, março e abril.
É o pior prognóstico de quadra chuvosa
divulgado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
no sistema de previsão numérica, adotado desde 2012.
“A grande diferença de
2014 para 2015 é que, em 2014, tivemos muito mais problemas na zona rural dos
municípios. E agora, nós começamos a ter grandes problemas nas sedes
municipais”, alertou o governador Camilo Santana (PT), em entrevista coletiva
no Palácio da Abolição, na manhã de ontem.
O
próximo trimestre tem 27% de chances de chuvas em volume normal (em torno da
média) e apenas 9% para o Ceará ter um ano chuvoso (acima da média). O
governador classificou o cenário como “preocupante” e anunciou que deve levar à
presidente Dilma Rousseff (PT) um plano com ações necessárias para enfrentar um
quarto ano consecutivo de estiagem no Estado. A intenção é captar recursos para
ampliar medidas adotadas no Estado. Camilo não informou se há previsão de data
para o encontro.
O
governador afirmou ainda que ações emergenciais e estruturantes devem ser ampliadas
em 2015. A partir deste ano, a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag)
passa a coordenar as pastas estaduais no enfrentamento aos efeitos da seca, com
a criação de um grupo de trabalho envolvendo diversas secretarias. Como obras
importantes para que o Ceará não dependa exclusivamente das chuvas, Camilo
citou a transposição do rio São Francisco e o Cinturão das Águas.
O
socorro às sedes de municípios com risco de colapso hídrico é tendência a ser
intensificada em 2015. Conforme pontua Francisco Coelho Teixeira, secretário
estadual dos Recursos Hídricos, as adutoras emergenciais em obras ao longo de
2014 foram projetadas para este fim.
Com
apenas 20% de volume total nos açudes do Estado, este ano começou com problemas
para cidades como Canindé, Crateús, Caririaçu e São Luís do Curu. Segundo o
secretário, a água que abastece Crateús ainda ajuda por cerca de 20 dias,
conforme O POVO publicou na edição de ontem. Ele afirmou que o Governo busca
dar celeridade à obra de adutora vinda do açude Araras, que estaria atrasada
por falta de repasses federais no início deste ano. Frisou ainda que as
adutoras para Canindé e Caririaçu já começaram a funcionar. Em São Luís do
Curu, a ajuda vem pela operação com carros-pipa e com duas máquinas perfurando
poços profundos.
Na
Região Metropolitana de Fortaleza, a cidade de Aquiraz também foi citada. Além
da dificuldade na Lagoa do Catu, os açudes Malcozinhado (24,9%) e Catucinzenta
(8%) comprometem a sede. Teixeira explicou que a Companhia de Água e Esgoto do
Ceará (Cagece) já faz intervenções para abastecer a cidade com águas do sistema
metropolitano.
Medidas
anunciadas pelo Governo:
Elaboração
de plano diagnosticando e antecipando soluções para crises de abastecimento.
Coordenação
de medidas a cargo da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag).
Continuar
monitoramento de recursos hídricos e simulações de abastecimento município a
município.
Acompanhar
obras estruturantes, como novas barragens, Cinturão das Águas e a transposição
do rio São Francisco.
Apresentar
demandas do Estado para a presidente Dilma Rousseff.
Buscar
verbas para ampliar programas de cisternas, operação carros-pipa (Defesa Civil
Estadual e Exército), montagem de adutoras emergenciais, perfuração e recuperação
de poços profundos.
Agilizar,
junto à Companhia Energética do Ceará (Coelce), fornecimento de energia
elétrica para adutoras que funcionam com ajuda de geradores.
Com
informações O Povo Online
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