O
Brasil vive a maior crise de fornecimento de energia desde o racionamento de
2001. O abastecimento de água também está comprometido.
A imagem do apagão de 2001 é realidade cada vez mais próxima.
Segundo consultoria PSR, uma das principais do setor elétrico, as chances de o
País ficar no escuro são de 50%, Em dezembro, eram de 21%.
O baixo volume de chuvas nos últimos anos, o aumento do consumo de energia e o mau planejamento na construção de hidrelétricas e diversificação da matriz são alguns fatores.
O
Operador Nacional do Sistema (ONS) divulgou relatório na última sexta-feira
afirmando que o Governo deveria decretar racionamento para cortar até 5% do
consumo no País.
O
ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, admitiu possibilidade de
racionamento caso os reservatórios fiquem abaixo de 10%.
O
Sistema Nacional Interligado (SNI), pensado na década de 1960, não foi capaz de
prever aumento de demanda. O consumo médio mensal das residências passou de
143,6 Kwh/mês em 2001 para 170,1 Kwh/mês em 2014, segundo dados da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O
coordenador de energia da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do
Estado do Ceará (Arce), Eugênio Braúna Bittencourt, recomendou que os
consumidores possam racionalizar o uso da energia elétrica, poupando o máximo
possível. “São medidas do lado da demanda já que a geração está com problema”,
defendeu.
“A
previsão não é nada animadora”, define Elias Sousa do Carmo, presidente do
Sindicato das Indústrias de Geração, Transmissão e distribuição de Energia do
Estado do Ceará (Sindienergia-/CE).
O
rendimento médio da população evoluiu, passando de R$ 366 em 2001 para R$ 1.090
em 2013, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Isso se
refletiu no número de eletrodomésticos nas casas. 33,64% das residências tinham
máquinas de lavar; o percentual foi a 57,46%. A televisão saltou de 89,04% das
casas para 97,16%.
A
matriz elétrica, dependente da produção das hidrelétricas (62,8%), tem como
principal benefício produzir uma energia limpa. No entanto, as últimas usinas
construídas no País não conseguem suprir as necessidades em períodos de seca.
Belo Monte e Rio Madeira, que estão em construção, não dispõem de reservatório
de água.
“Quando
falta água, falta 70% de energia”, criticou o presidente da Câmara Setorial de
Energia Eólica e diretor do Sindicato da Indústria de Energia, Adão Linhares.
Ele
disse ser necessário investir na geração de energia solar e eólica aproveitando
a capacidade de geração que temos. As usinas nucleares seriam alternativa, mas
as obras de Angra 3 estão atrasadas. Assim como, pelo menos, 35% das obras de
geração do País.
Com
informações O Povo Online
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