Em
seu primeiro discurso público após o resultado das eleições, Marina Silva (PSB)
fez na última sexta-feira uma fala bastante enigmática em que chamou o processo
eleitoral de “doloroso” e “avassalador” e disse que um governo sem programa
está suscetível a “dissimulações”.
Segundo a ex-senadora, “colocar as coisas no
papel” possibilita que se “pague o preço das posições tomadas”.
“É
muito triste ver os documentos que são feitos irem sempre para as prateleiras”,
afirmou a pessebista no lançamento da “Plataforma Brasil democrático e
sustentável”, em São Paulo. “É bom ver que muitas das coisas também estiveram
em um programa de governo.”
Durante
a campanha, a terceira colocada na disputa pelo Palácio do Planalto fez
críticas constantes a seus adversários, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o
senador Aécio Neves (PSDB), por não apresentarem um programa de governo. O
texto de sua candidatura, porém, foi muito contestado por recuos como a
retirada de trechos que defendiam a ampliação de direitos da comunidade gay.
Marina
não deixou de justificar indiretamente seu apoio a Aécio no segundo turno e
declarou que é preciso “arriscar” e “continuar assumindo posição”.
Aproveitando-se de seu vocabulário metafórico, disse que “quando você está
apegado e gosta muito da forma de si, é porque você já se transformou em
conservador”.
Em
2010, após também ficar em terceiro lugar na disputa presidencial, a
ex-ministra do Meio Ambiente não declarou apoio a nenhuma das duas candidaturas
que concorriam ao segundo turno, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Este
ano, no entanto, avaliou que era válido uma aliança com os tucanos para tentar
tirar o PT do poder.
Com
informações O Povo Online
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