Com
demoras e desconhecimento de aliados sobre nomes ou datas, formação de equipe
de Camilo se assemelha muito às de Cid (Edimar Soares)
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Envolto
em mistério e pretensa “calmaria”, formação do secretariado de Camilo Santana
(PT) já se assemelha ao estilo Cid Gomes (Pros) de montar equipes. Até a noite
de ontem, nomes ou prazos para indicações ainda eram desconhecidos por líderes
de partidos aliados. A situação lembra montagem dos dois governos Cid, que
deixaram para a “última hora” os anúncios.
Entre
aliados de longa data dos Ferreira Gomes, a total ausência de informações não
incomoda ou surpreende. “Da nossa parte, não (incomoda). Se Camilo for seguir a
tradição do governador Cid Gomes, vai tomar um tempo ainda. Em 2010, só
soubemos da pasta que iriamos administrar em 24 de dezembro. Ou seja, está
dentro do prazo esperado”, diz o presidente do PDT no Ceará, deputado federal
André Figueiredo.
Enquanto
todos os outros 15 governadores eleitos ou já anunciaram suas equipes ou
fixaram datas para tal, Camilo guarda a sete chaves suas indicações. Aliados
negam que a demora decorra de tensões na base. Com 18 partidos na coligação que
o elegeu, o petista poderia ter problemas para acomodar todos os aliados.
Procurada
pelo jornal O POVO, a assessoria de imprensa do governador reforçou o clima de
calmaria no governo eleito. A pedido da família, Camilo teria inclusive
esvaziado agendas de ontem e hoje, permanecendo em repouso. Novas reuniões com
líderes aliados não foram nem sequer agendadas para até o final desta semana.
Apesar
de Camilo ter admitido divulgar nomes de maneira gradual, atual andamento da
questão se assemelha muito ao “estilo Cid”. Em 2006, o secretário da Segurança
foi anunciado apenas no dia da posse. Em 2010, o anúncio da equipe para o 2º
mandato saiu de uma vez só, apenas em 27 de dezembro.
“Acho
que (a demora) não vem de tensão não. Ele está decidindo sem pressão nenhuma,
nem partidária, nem individual”, diz o deputado Welington Landim (Pros).
Segundo ele, demora ocorre porque Camilo seria muito “organizado”. “Ele está
fazendo por etapas, e agora está firmemente vendo toda a situação que vai
receber do Estado, analisando todas as secretarias”.
A
assessoria de Camilo mantém ainda que ninguém teria sido convidado, até agora,
para compor a equipe de governo. “Claro que não tem nomes. Até porque, se você
quiser excluir, eliminar um nome agora, coloque ele na mesa. Coloque que ele é
automaticamente eliminado”, diz o presidente do PT, De Assis Diniz (PT).
Questionado
se isso representaria tensões no processo, De Assis nega. Segundo ele, tem
ocorrido “diálogo bastante construtivo” com lideranças aliadas. Ele afirma que
nomes devem ocorrer entre os dias 22 e 23 deste mês. Camilo, no entanto, tem
dito apenas que nomes saem “até o dia 31 (de dezembro)”.
Sem
informações oficiais, o secretariado é objeto de grande especulação. Nos
bastidores, aliados rejeitam calmaria e atribuem a demora à dificuldade em
abarcar legendas. Há quem diga que Camilo estaria esperando Ciro Gomes, que
estava viajando, para definir equipe.
Mauro
Filho, ex-secretário da Fazenda, terá cargo federal ou estadual. A
vice-governadora Izolda Cela (Pros), segundo o próprio Camilo, não se
restringirá a vice. Entre petistas, o secretário do Desenvolvimento Agrário
Nelson Martins é cotado. Na Segurança, discurso de continuidade sinaliza
indicação de Servilho Paiva.
Leônidas
Cristino também é cotado. Indicação abriria vaga para Vicente Arruda (Pros). Há
ainda expectativa em torno de Arialdo Pinho, atual secretário chefe da Casa
Civil.
Com informações O Povo Online
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