Deputados
eleitos pelo PMDB no Ceará demonstram resistência à tese de Eunício Oliveira
(PMDB) em fazer oposição a Camilo Santana (PT) no Estado. Apesar da defesa do
líder peemedebista, a maioria dos parlamentares ouvidos pelo jornal O POVO
defendeu que o partido não tome “decisões precipitadas” e discuta internamente
a questão. Já o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB) é mais direto, afirmando
que não irá fazer oposição ao petista.
“Eu não vou fazer oposição não, e já conversei
com alguns deputados e eles não estão com disposição em fazer oposição, talvez
com exceção só do Danniel Oliveira (deputado estadual, sobrinho de Eunício)”,
afirma Aníbal. Ele minimiza ainda possível retaliação do PMDB no caso. “Você
acha que um partido grande como o PMDB, que tomou posturas diferentes em vários
estados, vai cobrar fidelidade?”, disse.
Em
entrevista a uma jornal paulista na quinta-feira, no entanto, Eunício foi
rígido com a posição. “Faremos oposição propositiva, e não raivosa. Oposição
assina CPI, faz o que precisa ser feito. Aquele parlamentar que for cooptado e
quiser fazer parte do governo, vamos brigar para que perca o mandato na
Justiça”.
Deputado
estadual eleito, Audic Mota (PMDB) questiona “ameaça” de retaliação feita por
Eunício. “Acho essa posição muito extrema. Isso não foi feito nem durante a
campanha. Quantos infiéis não estavam na campanha? Quantos têm hoje? Se fosse
essa a postura, teria que ter começado ali”, avalia.
Segundo
Audic, o partido deve mesmo agir contra quem desobedecer orientação da legenda.
Ele defende, no entanto, que a questão seja fechada após ampla discussão. “Acho
que está certo, quem está filiado tem que seguir tendência do partido. Agora, o
partido tem que debater. Ele tem instâncias, não é só dizer”, diz.
Tese
semelhante é defendida pelo deputado estadual Walter Cavalcante (PMDB) e pelo
deputado federal Danilo Forte (PMDB). Segundo ambos, o partido precisa discutir
internamente e não deverá fazer “oposição por oposição”, apoiando projetos de
Camilo que sejam positivos para o Estado.
“Temos
muita coisa a dialogar, mas é preciso que não tenha rancor, ódio. Tudo no
diálogo”, reforça Walter. Já Danilo avalia a posição como fruto da “ressaca” da
eleição. “O Eunício é um cara muito centrado, não vai ser furtar de fazer o que
for bom para o Estado. Não vai fazer oposição por oposição”.
Não
é a primeira vez que o PMDB promete partir para a oposição no Ceará. Em julho
deste ano, o vice-prefeito Gaudêncio Lucena (PMDB) reagiu à exoneração de
secretários ligados a Eunício na Prefeitura de Fortaleza com promessa de
oposição a Roberto Cláudio (Pros).
Apesar
de duras falas do vice à época, maioria dos vereadores do partido na Câmara
Municipal manteve discurso neutro. Entre eles, estava o próprio Walter
Cavalcante, que permaneceu sem grandes críticas ou embates com o prefeito até o
fim das eleições.
Com
informações O Povo Online
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