Os
comandantes da nova equipe econômica na cerimônia de apresentação em Brasília (Foto:
Wilson Dias)
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O
anúncio definitivo ontem (27/11), da nova equipe econômica para o próximo mandato
da presidenta Dilma Rousseff provocou repercussões diversas no Congresso
Nacional. Para a oposição, a escolha de Joaquim Levy para a Fazenda, Nelson
Barbosa para o Planejamento e a manutenção de Alexandre Tombini no Banco
Central representa um “estelionato eleitoral” por parte da presidenta. Já os
governistas elogiaram as indicações e rebateram as críticas.
O
presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), candidato derrotado à Presidência
da República, considerou a escolha uma tentativa de acalmar o mercado
financeiro. No entanto, Aécio, destacou que outras manobras fiscais da
presidenta acabam levando o país ao descrédito, como a tentativa de rever a
meta de superávit para este ano.
“A
presidenta escolheu novos nomes para a área econômica do governo tentando
acalmar o mercado e recuperar a credibilidade perdida. Mas, ao mesmo tempo,
protagoniza no Congresso mais um violento ataque à credibilidade do país, ao
afrontar a Lei de Responsabilidade Fiscal, alterando as metas de superávit e
usando como moeda de troca os cargos públicos de sempre”, afirmou.
O
líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), ressaltou que as
escolhas de Dilma representam o oposto do que ela prometeu ao longo da campanha
eleitoral. A ortodoxia econômica associada aos novos ministros, na opinião de
Mendonça, era o que Dilma criticava em seu principal adversário, o senador
Aécio Neves.
“Cada
atitude da presidente nesse pós-período eleitoral mostra que ela iludiu os
brasileiros. Os juros subiram, a inflação bate o teto da meta, corroendo o
poder de compra do povo, e agora empossará um ministro da Fazenda ortodoxo para
administrar o rombo nas contas do governo. Dilma age totalmente diferente do
seu discurso de campanha”, declarou o líder democrata.
Os
governistas, no entanto, elogiaram as escolhas e rebateram as críticas da
oposição. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foi ministra da Casa Civil de
Dilma, lembrou que os três ministros já fazem parte dos governos petistas desde
os mandatos do ex-presidente Lula. Segundo ela, isso significa que não há
contradição, uma vez que Dilma não está trazendo pessoas estranhas ao seu
projeto de governo.
“Essas
três pessoas, com certeza, vão dar à presidenta Dilma grande estabilidade – eu
diria que são os três mosqueteiros da presidenta. Vão dar grandes condições de
desenvolvimento e vão dar, sobretudo, condições de continuidade aos nossos
programas sociais. Portanto, não tem uma contradição em relação ao discurso de
campanha da presidenta Dilma, porque ela vai continuar exatamente com aqueles
programas que estão dando esses índices e esse resultado para o Brasil”,
completou Gleisi.
O
líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), também defendeu a escolha e disse
que os nomes geram “credibilidade” e “expectativa positiva” no mercado
financeiro. “Joaquim Levy é alguém que tem experiência na área e credibilidade.
Convivi com o agora ministro Nelson Barbosa, portanto acho que a presidenta fez
a escolha adequada, e espero que isso gere a confiança no mercado para que
possamos viver momento de expectativa positiva e de esperança”, disse.
Apesar
do anúncio dos nomes hoje, a nova equipe econômica só deverá tomar posse no
próximo ano. Em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República
informou que os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior permanecerão em seus
cargos na Fazenda e no Planejamento, respectivamente, até que se conclua a
transição e a formação das novas equipes de seus sucessores.
Com
informações Agência Brasil
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