Dilma durante entrevista coletiva após a Cúpula G20 (Foto: Roberto Stuckert Filho) |
A
presidente Dilma Rousseff disse que as investigações sobre o escândalo
envolvendo a Petrobras mudará, de forma definitiva, as relações entre
sociedade, Estado e empresas no Brasil. Segundo ela, este não é o primeiro
escândalo do tipo no país, mas o primeiro a ser investigado, o que mudará “para
sempre” o país no que se refere ao combate à impunidade, até porque, ressaltou,
há possibilidades de que a origem do atual escândalo seja justamente os
escândalos anteriores que não foram investigados.
As
declarações foram feitas na madrugada de ontem (16/11), na Austrália, após a
presidente ter participado da Sessão Plenária da Cúpula do G20. “A grande
diferença dessa questão é o fato dela estar colocada à luz do sol, porque esse
não é, de fato, e eu tenho certeza disso, o primeiro escândalo. Agora, ele é o
primeiro escândalo investigado, o que é diferente. Isso eu acho que mudará para
sempre as relações entre a sociedade brasileira, o Estado brasileiro e as
empresas privadas”, disse.
Dilma
Rousseff destacou o fato de, pela primeira vez em sua história, o Brasil trata
de forma “absolutamente aberta” um caso dessa dimensão. “Há aí uma diferença
substantiva, e eu acho que isso pode de fato mudar o país para sempre, no
sentido que vai se acabar com a impunidade. Esta é, para mim, a característica
principal dessa investigação. É mostrar que ela não é algo engavetável”,
ressaltou.
Perguntada
sobre se o caso não pode prejudicar internacionalmente a Petrobras, uma vez que
a empresa atua em diversas bolsas de valores, ela disse que, também no âmbito
internacional, não é a primeira vez que uma empresa petrolífera se vê envolvida
em denúncias de corrupção, e que, portanto, não acredita que ela venha a ser
condenada pelo fato de, dentro do quadro, haver uma absoluta minoria de
funcionários corruptos.
“Não
é monopólio da Petrobras ter processos de corrupção. Quero lembrar que um dos
grandes escândalos de corrupção investigados no mundo foi o da Enron, que é uma
empresa privada. Então, não é monopólio da Petrobras ser investigada por
processos internos de corrupção. A maioria absoluta, quase, dos membros da
Petrobras, dos funcionários, não é corrupta. Agora, tem pessoas que praticaram
atos de corrupção dentro da Petrobras. Então não se pode pegar a Petrobras e
condenar a empresa. O que nós temos de condenar são pessoas. Pessoas dos dois
lados: os corruptos e os corruptores”, disse.
Para
a presidenta, o caso representa uma “questão simbólica” para o Brasil. “Acho
que é a primeira investigação efetiva sobre corrupção no Brasil que envolve
segmentos privados e públicos. A primeira que vai a fundo. Agora, nós podemos
listar uma quantidade imensa de escândalos no Brasil que não foram levados a
efeito. E, talvez, sejam esses escândalos que não foram investigados, que são
responsáveis pelo que aconteceu na Petrobras”.
Com
informações Agência Brasil
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