Provocando
reação conturbada, o anúncio da equipe de transição entre Cid Gomes (Pros) e
Camilo Santana (PT) já traça parte do painel geopolítico cearense para os
próximos quatro anos.
O primeiro grupo formado pelo petista traz rostos
conhecidos e promove – mesmo com continuísmo – disputas e deslocamentos na
elite política dos últimos oito anos. Em nova correlação que equilibra petistas
e cidistas, há quem ascenda ou mantenha espaços, mas também nomes de grande
expressão que deixam os holofotes.
Nos
próximos anos, ao menos quatro forças demarcarão seus espaços. Hegemônico, o
cidismo dos irmãos Cid e Ciro Gomes se afasta, mas mantém influência chave. A
segunda força é o Pros, no qual estão os Ferreira Gomes, mas que não se
confundem. Sem seus maiores líderes “na ativa”, será o elo entre o clã
sobralense e o governo eleito. E o principal canal das pressões.
O
terceiro segmento é o PT. O partido chega ao governo dividido e com dúvidas
sobre quão prestigiado estará na gestão em que terá pela primeira vez o governador.
Do
outro lado, emerge uma oposição que sai fortalecida das urnas, capitaneada pelo
sucesso eleitoral de Capitão Wagner (PR) e Tasso Jereissati (PSDB), bem como
pela expressiva votação de Eunício Oliveira (PMDB).
Com
um governador do PT considerado por muitos aliados mais cidista do que petista,
o alto escalão do partido no Ceará trabalha para ampliar presença nas decisões
de Camilo. De forma mais nem tão disfarçada, há desconfiança de que a legenda
pode ter menos força do que deseja.
A
disputa por espaço, que ganhará contornos mais claros na montagem e no
cotidiano do governo, já teve o primeiro desconforto público: após equipe de
transição do governador não incluir a legenda.
Procurados
pelo jornal O POVO, petistas próximos à cúpula tentam minimizar a presença cidistas na
futura gestão. Sobre possível indicação de Danilo Serpa, hoje chefe de gabinete
de Cid e membro da equipe de transição, dizem não possuir “peso político” para
assumir cargo. Camilo pode discordar.
Do
outro lado do cabo de guerra, segmentos do cidismo e do Pros devem fazer
pressão ainda maior sobre Camilo. Isso porque a escolha do petista,
“escanteando” cinco pré-candidatos do Pros, já foi vista como derrota para
segmentos do partido - dono maior bancada do Ceará no Legislativo, da qual Camilo
dependerá profundamente.
Além
disso, é o Pros que possui hoje as pautas mais “caras” do Estado no próximo
ciclo político: o desejo pelas presidências tanto da Assembleia quanto da
Câmara da Capital e a manutenção da Prefeitura de Fortaleza, em 2016.
Tradicionalmente
formada por nomes que irão compor o alto escalão, a equipe de transição foi
buscar integrantes na gestão Cid e na campanha de Camilo. Ascensões mais
destacadas, a vice-governadora eleita Izolda Cela (Pros) e o pai Eudoro Santana
(sem partido) já receberam sinais do próprio Camilo da influência crucial que
terão.
Por
vontade própria, o governador Cid Gomes assegura que deixará momentaneamente a
cena para temporada no Exterior.
A
provável ausência do principal líder da política estadual nos últimos oito anos
abre o vácuo em que a briga por espaços tende a se intensificar. Cenário no
qual Camilo precisará se firmar.
Com
informações O Povo Online
Confira quadro da Nova Ordem do Poder no Ceará:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.