A
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) repudiou ontem a onda de manifestações de
discriminação contra nordestinos nas redes sociais, após a confirmação da
reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Depois da vitória, diversas
mensagens preconceituosas e racistas proliferaram nas redes sociais.
A
OAB afirmou que “repudia veemente essas manifestações, contrárias ao conceito
exposto na Carta Maior da construção de uma sociedade justa, solidária e
fraterna”.
”O Brasil é uma nação plural, tolerante e respeitosa. Essas
manifestações preconceituosas contra nordestinos advêm de uma minoria e merece
ser repudiada pela sociedade brasileira”, afirmou o presidente nacional da OAB,
Marcus Vinicius Furtado Coêlho.
A
OAB também pediu para que o cidadão que se sinta ofendido ou que testemunhe
atos de preconceito denuncie ao Ministério Público Federal.
Foram
os eleitores dos nove estados do Nordeste e Minas Gerais, o segundo maior
colégio eleitoral do País, que garantiram a reeleição de Dilma com o apertado
placar de 51,6% dos votos válidos contra 48,4% do senador mineiro Aécio Neves
(PSDB).
Entre
os eleitores nordestinos, Dilma teve quase 72% dos votos válidos, um desempenho
um pouco abaixo do conquistado por Lula em 2006, quando foi reeleito com 77%
dos votos nordestinos. Tamanha liderança regional compensou o desempenho
inferior de Dilma nas três regiões vencidas por Aécio: Sudeste, Sul e
Centro-Oeste.
No
segundo maior Estado em número de eleitores, 10,7% do total, Dilma derrotou o
mineiro Aécio por 52,4% a 47,6%. Embora em menor grau que o Nordeste, Minas
também foi fundamental para o triunfo da presidente.
Em
sua conta no Twitter, o humorista Hélio de la Peña criticou as ofensas aos
nordestinos: “Não adianta chorar. Democracia é isso. Está na hora de a oposição
aprender a fazer oposição. Tenho vergonha do que leio sobre os nordestinos”.
Segundo
o diretor-presidente da ONG SaferNet Brasil, Thiago Tavares, as páginas na
Internet e nas redes sociais que têm violações aos direitos humanos serão
investigadas e seus autores poderão ser punidos. Tavares explica que, assim
como quem cria, quem compartilha um conteúdo de ódio e preconceito também pode
ser responsabilizado criminalmente.
Com
informações O Povo Online
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